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Comentário Evangelho Segundo João - Vol. 1

Comentário de João Calvino no Evangelho Segundo João - Vol. 1.

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Capítulo 11 • 493<br />

ou pelo menos, se põe acima do medo deles, sinceramente obedece<br />

a Deus, por fim terá um resultado próspero, porque, contrariando a<br />

expectativa de todos, Deus abençoa aquela firmeza que se fundamenta<br />

na obediência a sua Palavra. Os incrédulos, em contrapartida, longe<br />

estão de derivar alguma vantagem de suas precauções, porque, por<br />

mais timoratos sejam eles, muito mais numerosas são as redes nas<br />

quais se enlaçam.<br />

Nesta narrativa a forma e caráter de nossa própria época são<br />

notavelmente delineados. Aqueles que vivem desejosos de ser considerados<br />

prudentes e cautelosos têm continuamente este cântico em<br />

sua boca: “Temos de levar em conta a tranquilidade pública, a reforma<br />

que intentamos não vem desacompanhada de muitos perigos”. Depois<br />

de suscitar essa infundada indisposição contra nós, não acham melhor<br />

expediente senão sepultar a Cristo com o propósito de obstar<br />

todo e qualquer aborrecimento. Como se tal ímpio desdém da graça<br />

de Deus pudesse realmente ter um resultado próspero, quando, a fim<br />

de amenizar os distúrbios, inventam esse remédio para que a doutrina<br />

da salvação seja abolida. Ao contrário, o que os perversos temem se<br />

concretizará, e embora obtenham o que esperam, todavia é uma recompensa<br />

indigna demais apaziguar o mundo ofendendo a Deus.<br />

E tirar-nos-ão nosso lugar. É incerto se têm em mente o templo ou<br />

seu país. Criam que sua salvação dependia de ambos, pois se o templo<br />

fosse destruído, não haveria mais sacrifícios, nem o culto público de<br />

Deus, nem a invocação de seu nome. Portanto, se realmente se preocupassem<br />

com sua religião, então seria justo que se preocupassem com<br />

seu templo. De um lado, era de grande importância para a boa condição<br />

da Igreja que não fossem novamente levados de sua própria terra.<br />

Ainda se lembravam do cativeiro babilônico, o qual constituiu uma<br />

vingança divina terrivelmente severa. Havia também um provérbio popular<br />

entre eles – o qual pode ser frequentemente encontrado na lei:<br />

em alguns aspectos, era como se fossem eliminados, se o Senhor os<br />

expulsassem de sua terra. Daí concluírem que, a menos que Cristo seja<br />

destruído, a Igreja não estará em segurança.

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