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Comentário Evangelho Segundo João - Vol. 1

Comentário de João Calvino no Evangelho Segundo João - Vol. 1.

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Capítulo 9 • 417<br />

dito, de modo que, enquanto faz essa admissão em seu favor, ele não<br />

perde a chance de ridicularizá-los.<br />

26. Portanto, lhe disseram novamente. Ao notarmos os perversos<br />

tão deleitosamente praticando seus próprios atos vis, devemos<br />

envergonhar-nos de nossa indolência, agindo com tanta tibiez acerca<br />

das atividades de Cristo. Ainda que busquem de todos os lados lançar<br />

mão de motivos para caluniarem, o Senhor frustra suas tentativas, de<br />

uma maneira extraordinária, pela inabalável firmeza do cego, pois não<br />

só persiste em sua opinião, mas franca e severamente os censura por<br />

sobejamente asseverarem conhecimento da verdade e contudo tudo<br />

fazerem para sepultá-la por meio de suas contínuas inquirições. Ele os<br />

acusa também de impiamente odiarem a Cristo, quando diz:<br />

Quereis vós também tornar-vos seus discípulos? Querendo dizer<br />

que, ainda que fossem centenas de vezes convencidos, são tão radicalmente<br />

preconceituosos, oriundo de perversas e hostis disposições,<br />

que jamais cederiam. É uma espantosa exibição de liberdade quando<br />

alguém de humilde condição, especialmente passível de censura<br />

em decorrência de sua pobreza, destemidamente provoque a fúria de<br />

todos os sacerdotes contra sua própria pessoa. Se aquilo que nada<br />

mais era senão uma modesta preparação para a fé lhe imprimiu tanta<br />

ousadia, quando entrou em pugna, que justificativa poderiam alegar<br />

os grandes mestres do evangelho, os quais, ainda que estejam longe<br />

do alcance de dardos inflamados, fecham suas bocas tão logo se veem<br />

ameaçados por algum perigo? Esta é igualmente uma pergunta irônica.<br />

Pois sua intenção é dizer que são inspirados pela malícia, e não por<br />

sincero zelo pela verdade, com o fim de pressioná-lo energicamente a<br />

dar resposta sobre este fato. 18<br />

28. Então o repreenderam. É provável que tenham energicamente<br />

lançado sobre ele todos os reproches que foram inspirados pela<br />

violência de seu furor e indignação. Mas houve um reproche digno de<br />

nota que fluiu de seus lábios: chamaram-no de apóstata da lei. Porque,<br />

18 “Quand ils le pressent si instamment à respondre sur ce faict”.

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