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Comentário Evangelho Segundo João - Vol. 1

Comentário de João Calvino no Evangelho Segundo João - Vol. 1.

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Capítulo 10 • 439<br />

sejável do que ser a Igreja governada por bons e diligentes pastores.<br />

Cristo declara que ele é o bom pastor, que conserva sua Igreja segura<br />

e saudável, em primeiro lugar por ele mesmo, e em segundo por seus<br />

agentes. Sempre que houver boa ordem e homens aptos à testa do<br />

governo, Cristo mostra que realmente ele está ali como o pastor. Mas<br />

também há muitos lobos e ladrões que, travestidos de pastores, perversamente<br />

dispersam a Igreja. Seja qual for o nome que tais pessoas<br />

assumam, Cristo adverte que nosso dever é evitá-los.<br />

O mercenário, porém. Por mercenários devemos entender os<br />

que retêm a sã doutrina e que proclamam a verdade, como diz Paulo,<br />

para servir a um propósito que está bem longe de ser zeloso e puro.<br />

Ainda que tais pessoas não sirvam a Cristo fielmente, contudo devemos<br />

ouvi-las, pois Cristo desejava que os fariseus o ouvissem, porque<br />

se sentavam na cadeira de Moisés [Mt 23.2], e de igual modo deve ser<br />

nossa honra ao evangelho, não nos esquivando de seus ministros, ainda<br />

quando não sejam homens bons. E mesmo quando os mais leves<br />

escândalos tornem o evangelho desagradável a nosso paladar, para<br />

não servos detidos por esses falsos manjares, lembremo-nos sempre<br />

do que tenho com frequência sugerido: que se o Espírito de Cristo não<br />

operar mui poderosamente nos ministros, ao ponto de tornar claramente<br />

evidente que ele é o pastor deles, sofremos o castigo de nossos<br />

pecados e, no entanto, nossa obediência é provada.<br />

E aquele que não é o pastor. Ainda que Cristo reivindique exclusivamente<br />

para si o título de pastor, contudo indiretamente ele afirma<br />

que, em alguns aspectos, ele o partilha com os agentes por meio de<br />

quem ele age. Pois sabemos que tem havido muitos, desde os tempos<br />

de Cristo, que não hesitam em derramar seu próprio sangue para<br />

a salvação da Igreja, e inclusive os profetas, antes de sua vinda, não<br />

pouparam sua própria vida. Mas em sua própria pessoa ele exibe um<br />

exemplo perfeito, para que fosse estabelecida uma norma para seus<br />

ministros. Pois quão vil e vergonhoso é nossa indolência, se nossa vida<br />

nos for mais preciosa do que a salvação da Igreja, a qual Cristo preferiu<br />

a sua própria vida!

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