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Comentário Evangelho Segundo João - Vol. 1

Comentário de João Calvino no Evangelho Segundo João - Vol. 1.

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334 • <strong>Comentário</strong> do <strong>Evangelho</strong> de <strong>João</strong><br />

desejo dele. Mas, o significado consiste em que o Espírito Santo é<br />

como uma fonte viva que flui continuamente nos frentes, como Paulo<br />

também declara que ele é vida em nós [Rm 8.10], embora o corpo<br />

esteja morto por causa do pecado. E deveras, como cada um de nós<br />

participa dos dons e graças do Espírito Santo, segundo a medida de<br />

sua fé, não podemos possuir uma plenitude perfeita deles na presente<br />

vida. Os crentes, porém, embora façam progresso na fé, aspiram continuamente<br />

novo aumento do Espírito, de modo que as primícias que<br />

têm provado os conduzam à perpetuidade da vida. Mas somos também<br />

lembrados de quão pequena é a capacidade de nossa fé, visto que<br />

as graças do Espírito quase sempre chegam a nós em gotas, as quais<br />

fluiriam como rios caso déssemos a devida admissão a Cristo, isto é, se<br />

a fé nos capacitasse para recebê-lo.<br />

Como diz a Escritura. Há quem limita esta afirmação à primeira<br />

sentença, e outros, à última sentença. De minha parte, porém, estendo-<br />

-a a todo o escopo do discurso. Além disso, Cristo aqui, em minha<br />

opinião, não realça alguma passagem particular da Escritura, mas<br />

produz um testemunho extraído da doutrina ordinária dos profetas.<br />

Pois sempre que o Senhor, ao prometer uma abundância de seu Espírito,<br />

compara-a a águas vivas, ele visa principalmente ao reino de<br />

Cristo, para o qual ele dirige as mentes dos crentes. Portanto, todas<br />

as predições de águas vivas têm seu cumprimento em Cristo, porque<br />

tão-somente ele tem aberto e exibido os tesouros ocultos de Deus. A<br />

razão pela qual as graças do Espírito são derramadas sobre ele é para<br />

que todos nós possamos receber de sua plenitude [Jo 1.16]. Essas pessoas,<br />

pois, a quem Cristo tão bondosa e graciosamente chama, e que se<br />

desviam em toda direção, merecem perecer miseravelmente.<br />

39. Mas isso ele falava do Espírito. O termo água é às vezes aplicado<br />

ao Espírito em virtude de sua pureza, porque seu ofício é purificar<br />

nossas impurezas. Mas nesta e em passagens semelhantes este termo<br />

é empregado em uma acepção diferente, ou seja, que somos destituídos<br />

de toda seiva e umidade de vida, a não ser quando o Espírito de<br />

Deus nos vivifica e quando ele nos rega, por assim dizer, por meio de

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