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Comentário Evangelho Segundo João - Vol. 1

Comentário de João Calvino no Evangelho Segundo João - Vol. 1.

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Capítulo 4 • 195<br />

distorcido, ou supérfluo, em nossas orações, deve ser corrigido ou<br />

removido, para que as obstruções perigosas sejam arredadas do<br />

caminho. Ora, os cortesãos geralmente são fastidiosos e arrogantes<br />

e não se submetem espontaneamente a um tratamento áspero;<br />

porém merece nota que este homem, humilhado por seu estado de<br />

profunda carência e pelo medo de perder seu filho, não se revolta<br />

nem murmura quando Cristo lhe fala rudemente, mas enfrenta a<br />

reprovação em modesto silêncio. Descobrimos as mesmas coisas<br />

também em nós; pois somos espantosamente sensíveis, impacientes<br />

e irritáveis, até que, subjugados pelas adversidades, nos vemos<br />

constrangidos a abrir mão de nosso orgulho e desdém.<br />

50. Teu filho vive. A primeira coisa que nos estremece aqui é<br />

a espantosa bondade e condescendência de Cristo, em suportar<br />

ele a ignorância do homem e estender seu poder além do que se<br />

esperava. Ele exigiu que Cristo fosse ao local e curasse seu filho. Ele<br />

pensava ser possível que seu filho ficasse livre da doença, porém<br />

não que ele pudesse ser ressuscitado depois de morto. E por isso<br />

ele insiste com Cristo a apressar-se para que a recuperação de seu<br />

filho impedisse que o mesmo morresse. Consequentemente, quando<br />

Cristo perdoa sua ignorância e arrogância, podemos concluir<br />

disto o quanto ele valoriza mesmo uma pequena medida de fé. É<br />

digno de observação que Cristo, embora não concorde com seu<br />

desejo, concede muito mais do que exigiu e esperava; pois testifica<br />

da saúde atual de seu filho. E assim amiúde sucede que nosso Pai<br />

celestial, embora não se compactue com nossos desejos em cada<br />

particular, continua a aliviar-nos por meio de métodos inesperados,<br />

para que aprendamos a não prescrever-lhe o que queremos.<br />

Ao dizer: Teu filho vive, sua intenção é que ele fora resgatado do<br />

perigo da morte.<br />

O homem creu na palavra que Jesus lhe falara. Ao aproximar-<br />

-se com a convicção de que Cristo era profeta de Deus, com isso ele<br />

estava tão disposto a crer que, tão logo ouviu uma única palavra<br />

agarrou-a e a fixou em seu coração. Ainda que não nutrisse todo o

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