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Comentário Evangelho Segundo João - Vol. 1

Comentário de João Calvino no Evangelho Segundo João - Vol. 1.

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374 • <strong>Comentário</strong> do <strong>Evangelho</strong> de <strong>João</strong><br />

senão por sua graça. Porque o que ele possui como seu por direito e<br />

por natureza, ele reparte conosco por meio da adoção, quando somos<br />

enxertados, pela fé, em seu corpo e nos tornamos membros seus. Assim<br />

devemos lembrar o que eu disse previamente, que o evangelho<br />

é o instrumento por meio do qual tomamos posse de nossa liberdade.<br />

Assim, pois, nossa liberdade é um benefício conferido por Cristo,<br />

porém a obtemos por meio da fé, em consequência do quê também<br />

Cristo nos regenera por meio de seu Espírito. Ao dizermos que verdadeiramente<br />

serão livres, há uma ênfase na palavra verdadeiramente,<br />

pois temos que suprir o contraste com a tola persuasão por meio da<br />

qual os judeus se inflavam com orgulho, da mesma forma que a maior<br />

parte do mundo se imagina possuir um reino, enquanto vivem na mais<br />

miserável escravidão.<br />

37. Eu sei que sois descendência de Abraão. Como eu disse, explico<br />

isto à guisa de concessão. Não obstante, ao mesmo tempo ele<br />

ridiculariza sua estultícia em se vangloriar em tão absurdo título,<br />

como se quisesse dizer: “Admitindo aquilo em que tanto vos vangloriais,<br />

não obstante, que valor existe se os homens são chamados filhos<br />

de Abraão, enquanto continuam a lutar contra Deus e seus ministros,<br />

e que agem com um ódio tão perverso e detestável contra a verdade,<br />

que se precipitam temerariamente a derramar sangue inocente?” Daí<br />

se segue que nada está mais distante de seu verdadeiro caráter que a<br />

justificativa de serem assim chamados, porque não trazem em si nenhuma<br />

semelhança com Abraão.<br />

Buscais matar-me, porque minha palavra não tem lugar em vós.<br />

Sua intenção é dizer que não são meramente assassinos, mas que são<br />

induzidos a tal furor por odiarem a Deus e sua verdade, o que é muitíssimo<br />

hediondo, pois tal hediondez não se estende meramente aos<br />

homens, mas igualmente desonra a Deus. Ele diz que não podem receber<br />

suas palavras, porque por sua malícia conservam suas mentes<br />

fechadas, de modo que não podem admitir nada que seja saudável.<br />

38. Eu falo que o vi com meu Pai. Ele já havia feito frequente<br />

menção de seu Pai, e agora, por meio de um argumento extraído de

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