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Comentário Evangelho Segundo João - Vol. 1

Comentário de João Calvino no Evangelho Segundo João - Vol. 1.

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Capítulo 5 • 243<br />

ensinassem e instruíssem os crentes para sua salvação, e para que,<br />

um dia, pudessem confundir os réprobos por meio de seu testemunho.<br />

Pois ele escreveu a meu respeito. Quando Cristo diz que Moisés<br />

escreveu a seu respeito, isso não exige muita prova para aqueles que<br />

reconhecem que Cristo é o fim e a alma da lei. Mas se alguém não ficar<br />

satisfeito com isso, e quiser ter as passagens encestadas para ele, eu o<br />

aconselharia, primeiramente, a ler a Epístola aos Hebreus, com a qual<br />

também concorda o sermão de Estevão, no sétimo capítulo de Atos<br />

dos Apóstolos. Em seguida, a observar as citações que Paulo aplica a<br />

seu propósito. Reconheço, aliás, que há poucas coisas a que Moisés faz<br />

menção expressa de Cristo, porém, qual foi o uso do tabernáculo, dos<br />

sacrifícios e de todas as cerimônias, senão para serem figuras extraídas<br />

de conformidade com aquele primeiro modelo que lhe foi mostrado<br />

no monte? [Ex 25.40; Hb 8.5]. Assim, sem Cristo, se desvanece todo o<br />

ministério de Cristo. Reiterando, vemos como ele continuamente lembra<br />

ao povo o pacto dos Pais que foi ratificado em Cristo, e ainda como<br />

ele faz de Cristo o principal objeto e fundamento do pacto. Tampouco<br />

era isso desconhecido dos santos Pais, que tinham sempre seus olhos<br />

fixos no Mediador. Para tratar o tema de forma mais abrangente, seria<br />

inconsistente com a brevidade que eu uso.<br />

47. Mas se vós não crerdes em seus escritos. Cristo parece aqui<br />

reivindicar menos autoridade para si do que para Moisés; e, no entanto,<br />

sabemos que o céu e a terra foram abalados pela voz do evangelho [Hb<br />

12.26]. Cristo, porém, acomoda seu discurso àqueles a quem fala, pois<br />

a autoridade da lei era, além de todo controvérsia, mantida sacra entre<br />

os judeus. E, assim, era impossível que Cristo fosse inferior a Moisés.<br />

Para o mesmo propósito é o contraste entre escritos e palavras, pois<br />

ele mostra que a incredulidade deles era ainda mais agravada, porque<br />

a verdade de Deus, registrada de uma forma autêntica, não desfruta de<br />

nenhuma autoridade entre eles.

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