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Comentário Evangelho Segundo João - Vol. 1

Comentário de João Calvino no Evangelho Segundo João - Vol. 1.

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130 • <strong>Comentário</strong> do <strong>Evangelho</strong> de <strong>João</strong><br />

Levantou significa ser colocado num lugar visível e eminente, de<br />

modo que possa ser claramente visto por todos. Isto aconteceu na pregação<br />

do evangelho. A explicação que alguns apresentam disto como<br />

uma referência à cruz não se harmoniza com o contexto e é estranho<br />

ao argumento de Cristo. O significado simples das palavras é que, pela<br />

pregação do evangelho, Cristo seria erguido como um estandarte para<br />

que fosse visto por todos, como predisse Isaías [Is 2.2-5]. Como tipo<br />

desse erguimento, ele escolhe a serpente de bronze erguida por Moisés,<br />

cuja contemplação era o antídoto que salvava os que haviam sido<br />

feridos pela picada letal das serpentes.<br />

A história como se acha registrada em Números 21.9 é bem conhecida.<br />

Nesta passagem, Cristo se introduz para ensinar-nos que<br />

ele foi exposto diante de todos os olhos no ensino do evangelho,<br />

para que todos os que olharem para ele, com fé, recebam a salvação.<br />

Daqui inferimos que no evangelho Cristo é claramente posto<br />

diante de nós, e ninguém pode queixar-se de que ele é obscuro, e<br />

que esta revelação é comum a todos e que há um olhar de fé que<br />

o percebe como presente – precisamente como Paulo nos diz que<br />

Cristo é vividamente delineado com sua cruz ao ser genuinamente<br />

proclamado [Gl 3.1].<br />

A similitude não é imprópria nem artificial. Ainda quando fosse<br />

apenas uma serpente em sua aparência externa, e não fosse dotada de<br />

peçonha, mesmo assim Cristo tomou a forma de carne pecaminosa, a<br />

qual, não obstante, era pura e isenta de pecado, com o fim de curar<br />

em nós a mortal ferida do pecado. Não foi sem razão que, quando os<br />

judeus eram picados por serpentes, o Senhor lhes proporcionou esta<br />

sorte de antídoto; e isso confirma o discurso de Cristo, pois quando<br />

viu que era desprezado como um homem obscuro e humilde, nada<br />

mais apropriado havia que referir-se ao soerguimento da serpente,<br />

como se estivesse dizendo que não se deveria imaginar como absurdo<br />

que ele, ao contrário da opinião dos homens, fosse levantado dos<br />

abismos mais profundos, visto que isso já havia se manifestado na lei<br />

sob o tipo da serpente.

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