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Comentário Evangelho Segundo João - Vol. 1

Comentário de João Calvino no Evangelho Segundo João - Vol. 1.

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Capítulo 7 • 325<br />

mais prontidão e ousadia em rejeitar as opiniões de todos os homens<br />

do que ser encontrado entre fanáticos que se entregam a suas próprias<br />

invenções como se fossem oráculos de Deus. Somos, porém, instruídos<br />

por essas palavras de nosso Senhor Jesus Cristo, ou seja, que<br />

devemos precaver-nos especialmente da confiança orgulhosa e insensata,<br />

e que, quando tivermos nos certificado plenamente da verdade<br />

de Deus, devemos ousadamente resistir os homens. E aquele que está<br />

plenamente ciente de que Deus está de seu lado, não tem razão para<br />

temer a acusação de ser insolente, pisando sob a planta de seus pés<br />

toda a arrogância do mundo.<br />

Porque eu sou dele, e ele me enviou. Há quem distingue essas<br />

duas sentenças. Atribuem a primeira sentença – eu sou dele – à essência<br />

divina de Cristo e a última sentença – ele me enviou – ao ofício que<br />

lhe foi imposto pelo Pai, no interesse da realização de tomar sobre si a<br />

carne e a natureza humana. Ainda que não me aventure a rejeitar este<br />

ponto de vista, todavia não sei se Cristo pretendia falar tão obscuramente.<br />

Prontamente reconheço que a ausência de Cristo do céu pode<br />

ser inferida dela, porém não seria uma prova suficientemente forte de<br />

sua deidade eterna contra os arianos.<br />

30. Por isso eles procuravam apoderar-se dele. Falta de vontade<br />

não lhes faltava de fazer-lhe mal. Tentativa também não faltou,<br />

e tinham poder para isso. Por que, pois, no meio de tanto trabalho,<br />

sentem-se entorpecidos, como se tivessem suas mãos e pés atados? O<br />

evangelista responde: porque a hora de Cristo não havia ainda chegado.<br />

Com isso, ele quer dizer que, contra toda sua violência e ataques<br />

furiosos, Cristo era guardado pela proteção de Deus. E ao mesmo tempo<br />

ele se vê frente a frente com o escândalo da cruz, pois não temos<br />

razão para alarde quando descobrimos que Cristo foi arrastado para a<br />

morte, não pelo capricho humano, mas porque ele foi destinado pelo<br />

decreto do Pai a fazer esse sacrifício. E disso devemos inferir uma doutrina<br />

geral, pois ainda que vivamos dia após dia, todavia o tempo da<br />

morte cada pessoa já foi fixado por Deus. É difícil crer que, enquanto<br />

estamos sujeitos a tantos acidentes, expostos a tantos ataques pú-

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