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Comentário Evangelho Segundo João - Vol. 1

Comentário de João Calvino no Evangelho Segundo João - Vol. 1.

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146 • <strong>Comentário</strong> do <strong>Evangelho</strong> de <strong>João</strong><br />

Mas alguém poderia perguntar: <strong>João</strong> também não veio do céu,<br />

quanto a sua vocação e ofício, e por isso não era o dever dos homens<br />

ouvirem o Senhor falando através de sua boca? Pois ele parece fazer<br />

injustiça à doutrina celestial que proclama. Minha resposta é que tal<br />

coisa de forma alguma foi dita, senão à maneira de comparação. Se<br />

os ministros forem considerados individualmente, eles falam como se<br />

procedesse do céu, com a mais elevada autoridade, o que Deus lhes<br />

ordenou. Mas, tão logo eles passam a ser contrastados com Cristo, não<br />

mais devem ser considerados como sendo algo importante.<br />

Assim o apóstolo, comparando a Lei com o <strong>Evangelho</strong>, diz:<br />

Porque, se não escaparam aqueles que rejeitaram o que na terra os<br />

advertia, muito menos nós, se nos desviarmos daquele que é dos céus<br />

[Hb 12.25]. Cristo, pois, deseja ser reconhecido em seus ministros,<br />

mas de tal maneira que ele permaneça sendo o único Senhor, e que<br />

eles se sintam felizes com a condição de servos. Mas, especialmente<br />

quando se faz uma comparação, ele deseja ser tão eminente, que seja<br />

o único exaltado.<br />

32. E o que ele viu e ouviu. <strong>João</strong> prossegue no desempenho de seu<br />

ofício, pois, com o fim de granjear discípulos para Cristo, ele enaltece<br />

a doutrina deste como sendo infalível, porquanto ele nada proclama<br />

senão o que havia recebido do Pai. Ver e ouvir são contrastados com<br />

opiniões dúbias, rumores infundados e todo gênero de falsidade, pois<br />

ele tem em mente que Cristo nada ensina senão aquilo que foi plenamente<br />

averiguado. Mas alguém dirá que pouco crédito se deve àquele<br />

que nada tem a dizer senão o que ouviu. Minha resposta é que esta<br />

palavra denota que Cristo fora instruído pelo Pai, de modo que nada<br />

apresenta senão o que é divino, ou, em outros termos, o que lhe fora<br />

revelado por Deus.<br />

Ora, isso pertence à totalidade da pessoa de Cristo, no sentido em<br />

que o Pai o envia ao mundo como seu Embaixador e Intérprete. Mais<br />

tarde, ele culpará o mundo de ingratidão ao rejeitar vil e impiamente<br />

tal fidedigno e fiel Intérprete de Deus. Desta maneira, ele satisfaz a<br />

ofensa que poderia levar muitos a apostatar da fé, o que poderia impe-

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