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Comentário Evangelho Segundo João - Vol. 1

Comentário de João Calvino no Evangelho Segundo João - Vol. 1.

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Capítulo 5 • 201<br />

3. Nestes jazia uma grande multidão. É possível que os enfermos<br />

jazessem nos pavilhões a pedir esmolas enquanto as pessoas passavam<br />

por ali quando vinham para o culto no templo. E era ali também<br />

o costume de comprar os animais a serem oferecidos em sacrifício.<br />

No entanto, a cada festa Deus curava determinado número de pessoas<br />

para que, dessa forma, pudesse recomendar o culto prescrito na lei<br />

e a santidade do templo. Mas, não parece insensato crer, ainda que<br />

não lemos que algo desse gênero tenha acontecido em alguma época<br />

em que a religião estava numa condição mais florescente, e mesmo na<br />

época em que se realizavam milagres pelas mãos dos profetas, senão<br />

em ocasiões extraordinárias, quando os negócios da nação estavam<br />

em decadência e quase em total ruína, que o poder e a graça de Deus<br />

se exibiam de uma forma mais extraordinária do que ordinária?<br />

Eis minha resposta: em minha opinião há duas razões. Visto que<br />

o Espírito Santo, habitando nos profetas, era suficiente testemunha da<br />

presença divina, a religião naquele tempo não carecia de confirmação<br />

adicional, pois a lei fora sancionada por meio de milagres sobejamente<br />

suficientes, e Deus não cessara de expressar, por meio de testemunhos<br />

inumeráveis, sua aprovação do culto que uma vez ordenara. Mas<br />

sobre o tempo da vinda de Cristo, quando ficaram privados dos profetas<br />

e sua condição se tornou em extremo miserável, e quando várias<br />

tentações os oprimiram com todo peso, careciam deste auxílio extraordinário<br />

para que não concluíssem que Deus os havia abandonado<br />

totalmente e assim viessem a sentir-se desencorajados e chegassem<br />

até mesmo a apostatar. Pois sabemos que Malaquias foi o último dos<br />

profetas, e por isso conclui sua doutrina com esta admoestação, para<br />

que os judeus se lembrassem da lei promulgada por Moisés [Ml 4.4], até<br />

que Cristo se manifestasse. Deus viu ser vantajoso privá-los dos profetas<br />

e conservá-los suspensos por algum tempo, para que se inflamasse<br />

com mais forte anseio por Cristo e o recebessem com mais intensa<br />

reverência, quando se lhes manifestasse.<br />

Todavia, para que esses testemunhos não faltassem ao templo<br />

e aos sacrifícios, bem como a todo aquele culto por meio do qual a

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