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Comentário Evangelho Segundo João - Vol. 1

Comentário de João Calvino no Evangelho Segundo João - Vol. 1.

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52 • <strong>Comentário</strong> do <strong>Evangelho</strong> de <strong>João</strong><br />

nossas obras do que na realidade somos – filhos da luz. Portanto, a<br />

intenção do Evangelista é que em Cristo tinha que ser vista uma glória<br />

compatível com o Filho de Deus, testemunhando sua Deidade de uma<br />

forma infalível. Assim, ele qualifica a Cristo em razão de ser ele, inerentemente,<br />

o Filho unigênito do Pai. É como se o Evangelista tivesse<br />

proposto colocá-lo acima dos homens e anjos, e reivindicar para ele,<br />

com exclusividade, aquilo que não pertence a nenhuma criatura.<br />

Cheio de graça e de verdade. Esta é uma confirmação da última<br />

sentença. A majestade de Cristo certamente manifestou-se também em<br />

outros aspectos, mas o Evangelista escolheu este exemplo em vez de<br />

outros com o fim de nos exercitar no conhecimento prático dele, em<br />

vez do conhecimento especulativo – fato este que requer observação<br />

mui criteriosa. Quando Cristo caminhou sobre as águas com seus pés<br />

enxutos [Mt 14.26; Mc 6.48; Jo 6.19]; quando ele pôs em fuga os demônios<br />

e revelou seu poder em outros milagres; então pôde realmente ser<br />

reconhecido como o Filho unigênito de Deus. O Evangelista, porém,<br />

põe no centro essa parte da prova de que a fé recebe o sazonado fruto<br />

de Cristo, declarando que ele é inquestionavelmente a inexaurível fonte<br />

da graça e da verdade. De Estevão também se diz que estava “cheio<br />

de graça” [At 7.55], contudo em outro sentido. Pois a plenitude da graça<br />

15 em Cristo é aquele bem do qual todos nós devemos beber, como<br />

sucintamente se dirá mais adiante de uma forma mais plena.<br />

Tal coisa pode ser expressa fazendo uso de uma expressão de<br />

linguagem, como sendo “a genuína graça”. Ou, segundo outra explicação:<br />

“Ele era cheio de graça, ou, seja, de verdade ou perfeição.” Visto,<br />

porém, que ele imediatamente repete a mesma forma de expressão,<br />

considero o significado como sendo o mesmo em ambos os passos.<br />

Logo a seguir, ele contrasta esta graça e verdade com a lei, o que entendo<br />

simplesmente no sentido em que Cristo devia ser reconhecido<br />

pelos apóstolos como Filho de Deus, já que ele tinha em si a plenitude<br />

15 Este deve ter sido um lapso da memória da parte de nosso autor; pois as frases aplicadas<br />

a Estêvão são diferentes, ainda que paralelas. Ele foi chamado um homem cheio de fé e do<br />

Espírito Santo [At 6.5], cheio de fé e de poder [At 6.8], e cheio do Espírito Santo [At 7.55].

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