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Comentário Evangelho Segundo João - Vol. 1

Comentário de João Calvino no Evangelho Segundo João - Vol. 1.

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Capítulo 3 • 135<br />

nar o mundo, ele assim realça o desígnio real de sua vinda, pois que<br />

necessidade havia para Cristo vir com o fim de destruir-nos, nós que<br />

estávamos completamente arruinados? Não devemos, pois, buscar em<br />

Cristo algo mais além do fato de que Deus, de sua infinita bondade, quis<br />

estender seu auxílio para salvar-nos, a nós que estávamos perdidos. E<br />

sempre que nossos pecados nos oprimam – sempre que Satanás nos<br />

conduza ao desespero –, devemos correr para este refúgio, a saber:<br />

que Deus não deseja que sejamos esmagados por perene destruição,<br />

visto que ele designara seu Filho para ser o salvador do mundo.<br />

Quando em outras passagens Cristo diz que veio para julgar [Jo<br />

9.39]. Quando ele é denominado de pedra de escândalo [1Pe 2.7] e<br />

quando lemos ser ele posto para a destruição de muitos [Lc 2.34], isso<br />

pode ser considerado como acidental ou como provindo de uma causa<br />

distinta, porquanto aquele que rejeita a graça que lhe é oferecida merece<br />

encontrar nele o Juiz e Vingador de um desdém tão indigno e vil.<br />

Um notável exemplo disso pode ser visto no evangelho, pois ainda<br />

que ele seja estritamente o poder de Deus para a salvação de todo<br />

aquele que nele crê [Rm 1.16], a ingratidão de muitos o converte em<br />

morte para os mesmos. Ambas as coisas foram bem expressas por<br />

Paulo, quando ele vingar toda desobediência, quando for cumprida vossa<br />

obediência [2Co 10.6]. O significado equivale a isto: que o evangelho<br />

é especialmente, e em primeira instância, designado para os crentes,<br />

a fim de que a salvação lhes pertença, mas que, depois, os descrentes<br />

não escaparão impunes, caso desprezem a graça de Cristo e decidam<br />

tê-lo como o Autor da morte, em vez de o Autor da vida.<br />

18. Aquele que nele crê não é condenado. Ao repetir com<br />

tanta frequência e com tanta solicitude que todos os que creem<br />

se encontram além do perigo de morte, podemos inferir disso a<br />

grande necessidade de uma confiança firme e certa, que a consciência<br />

não pode ser mantida perpetuamente num estado de tremor<br />

e expectação. Ele uma vez mais declara que, ao crermos, já nenhuma<br />

condenação resta, o que depois explicará mais plenamente no<br />

capítulo 5. O tempo presente – não é condenado – é aqui usado em

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