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Comentário Evangelho Segundo João - Vol. 1

Comentário de João Calvino no Evangelho Segundo João - Vol. 1.

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80 • <strong>Comentário</strong> do <strong>Evangelho</strong> de <strong>João</strong><br />

equívocos. Ele o chama o filho de José, e erroneamente faz de Nazaré<br />

sua cidade natal. E, no entanto, visto que ele realmente deseja ajudar<br />

seu irmão e fazer Cristo conhecido, Deus aprova sua sinceridade e a<br />

faz vitoriosa. Cada pessoa, na verdade, precisa conservar-se sóbria<br />

dentro de seus limites; e o Evangelista certamente não menciona o<br />

ato de Filipe desonrar a Cristo duas vezes como sendo algo louvável,<br />

mas apenas relata que seu ensino, ainda que deficitário e envolvesse<br />

erro, era útil porque, a despeito de tudo, perseguia o propósito de fazer<br />

Cristo realmente conhecido. Ele tolamente chama Jesus o filho de<br />

José e ignorantemente o faz um nazareno; mas, ao mesmo tempo, leva<br />

Natanael a nenhum outro senão ao Filho de Deus que havia nascido<br />

em Belém. Ele não forja uma imitação de Cristo, mas apenas deseja<br />

que ele seja conhecido como aquele que fora apresentado por Moisés<br />

e os profetas. Por conseguinte, descobrimos que o principal desígnio<br />

da pregação é que, os que nos ouvem, devem vir a Cristo de um modo<br />

ou de outro.<br />

Muitos há que se envolvem em obscuras inquirições acerca de<br />

Cristo, mas que lançam tanta dificuldade e o envolve em tal complexidade<br />

e sutilezas que nunca conseguem achá-lo. E assim, os papistas<br />

não dirão que Cristo é o filho de José, pois sabem precisamente qual<br />

é seu nome. Não obstante, esvaziam-no de seu poder e assim exibem<br />

um fantasma em seu lugar. Não seria melhor gaguejar ignorantemente<br />

com Filipe, e, no entanto, conservar o verdadeiro Cristo, do que introduzir<br />

uma ficção em linguagem engenhosa e imprecisa? Mais ainda,<br />

grande número de homens comuns e pobres, hoje, desajeitados e inexperientes<br />

no manejo da língua, proclamam a Cristo mais fielmente do<br />

que todos os teólogos do Papa com suas profundas especulações. Esta<br />

passagem, pois, nos adverte a não rejeitarmos desdenhosamente tudo<br />

o que as pessoas simples e incultas dizem deficitariamente sobre Cristo,<br />

desde que estejam nos levando a Cristo. Mas para que não sejamos<br />

extraviados de Cristo pelas falsas imaginações dos homens, tenhamos<br />

sempre em mãos o antídoto, a saber: busquemos aquele perfeito conhecimento<br />

dele na lei e nos profetas.

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