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Comentário Evangelho Segundo João - Vol. 1

Comentário de João Calvino no Evangelho Segundo João - Vol. 1.

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286 • <strong>Comentário</strong> do <strong>Evangelho</strong> de <strong>João</strong><br />

Espírito Santo, porque, crendo que ele é a semente de Abraão, param<br />

totalmente com sua inquirição. Só devemos preservar tal moderação<br />

acerca das obras secretas de Deus quando não quisermos saber nada<br />

mais além do que ele determina por sua palavra.<br />

53. Em verdade, em verdade eu vos digo. O justo ressentimento<br />

que Cristo sentiu 42 quando viu sua graça rejeitada com tão arrogante<br />

desdém o constrangeu a empregar este juramento. Pois ele agora não<br />

faz uso de simples doutrina, porém mistura igualmente ameaças com<br />

o propósito de infligir terror. Ele anuncia perdição eterna contra todos<br />

os que se recusam a buscar vida em sua carne, como se quisesse dizer:<br />

“Se vós mantendes minha carne em desprezo, estejais certos de que<br />

não vos restará nenhuma outra esperança de vida”. A vingança que<br />

aguarda todos os que desprezam a graça de Cristo consiste nisto: que<br />

perecerão miseravelmente juntamente com sua soberba, e a razão por<br />

que devem ser enfrentados com franqueza e severidade é para que<br />

não continuem a se orgulhar. Pois se ameaçamos com morte às pessoas<br />

enfermas que se recusam a tomar remédios, que devemos fazer<br />

com os perversos quanto tudo fazem a seu alcance para, quanto está<br />

em seu poder, destruir a própria vida?<br />

A menos que comais a carne do Filho do homem. Ao dizer: a<br />

carne do Filho do homem, a expressão é enfática, porque os reprova<br />

por seu desdém, o qual é oriundo de sua visão de que ele se assemelhava<br />

a outros homens. O significa, pois, é este: “Tanto quanto vos<br />

apraz, me desprezais em virtude da humilde e desprezível aparência<br />

de minha carne, a despeito de essa carne desprezível conter vida, e se<br />

estais destituídos dela, em parte alguma achareis algo mais que possa<br />

vivificar-vos”.<br />

Os antigos caíram em grosseiro erro de pressupor que as criancinhas<br />

ficavam privadas da vida eterna, se não lhes administrasse a<br />

eucaristia, isto é, a Ceia do Senhor, 43 porquanto este discurso não se<br />

relaciona com a Ceia do Senhor, e, sim, com a comunicação ininter-<br />

42 “Un juste despit que Christ a conceu”.<br />

43 “C’est à dire, la Cene”.

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