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Comentário Evangelho Segundo João - Vol. 1

Comentário de João Calvino no Evangelho Segundo João - Vol. 1.

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222 • <strong>Comentário</strong> do <strong>Evangelho</strong> de <strong>João</strong><br />

25. Em verdade, em verdade. Quando o evangelista representa<br />

o Filho de Deus a jurar com tanta frequência em referência a nossa<br />

salvação, daí percebermos, em primeiro lugar, quão solicitamente ele<br />

deseja nosso bem-estar, e, em seguida, quão grande importância é que<br />

a fé evangélica seja profundamente fixada e totalmente confirmada.<br />

A afirmação tem de fato alguma aparência de credibilidade, quando<br />

somos informados que esse é o efeito da fé de que Cristo fala. Por isso,<br />

ele confirma, por meio de juramento, que a voz de seu evangelho tem<br />

tal poder de comunicar vida ao ponto de poderosamente ressuscitar<br />

os mortos.<br />

Em geral se concorda que ele fala da morte espiritual, pois os que<br />

a aplicam a Lázaro [Jo 11.44] e ao filho da viúva de Naim [Lc 7.15],<br />

bem como a casos semelhantes, são refutados pelo que vem a seguir.<br />

Primeiro, Cristo mostra que todos nós estamos mortos antes de sermos<br />

vivificados; e daí é evidente que toda a natureza do homem pode<br />

se concretizar com respeito à apropriação da salvação. Quanto os<br />

papistas desejam estabelecer seu livre-arbítrio, comparam-no ao samaritano<br />

a quem os salteadores deixaram semimorto na estrada [Lc<br />

10.30], como se com a fumaça de uma alegoria pudessem obscurecer<br />

uma afirmação tão clara, por meio da qual Cristo declara que somos<br />

plenamente condenados à morte. E deveras, como já vimos, visto que<br />

a revolta do primeiro homem, alienado de Deus através do pecado,<br />

todos quantos não reconhecem que estão esmagados por destruição<br />

eterna, nada mais fazem além de se iludir com vanglórias vazias.<br />

Prontamente reconheço que na alma do homem permanece algum resquício<br />

de vida, pois o entendimento, o juízo e a vontade, em todas<br />

nossas faculdades, são tantas partes da vida. Mas visto que não há<br />

parte alguma que nasce do anseio pela vida eterna, não carece que fiquemos<br />

surpresos se o homem em sua totalidade, no que se relaciona<br />

com o reino de Deus, seja reputado como morto. E essa morte Paulo a<br />

explica mais plenamente quando diz que existimos alienados da razão<br />

pura e sólida do entendimento; que somos inimigos de Deus e opostos<br />

a sua justiça, em cada afeto de nosso coração; que vagueamos nas tre-

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