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Comentário Evangelho Segundo João - Vol. 1

Comentário de João Calvino no Evangelho Segundo João - Vol. 1.

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494 • <strong>Comentário</strong> do <strong>Evangelho</strong> de <strong>João</strong><br />

49. Então um dentre eles, chamado Caifás. Era uma breve consulta,<br />

pois Caifás não lhes permitiu mais hesitação. Ele ressalta que só<br />

há uma maneira de adquirir a segurança, a saber, matando um homem<br />

inocente. A que ponto de perversidade chegam os homens que, destituídos<br />

do temor de Deus, formam seus planos movidos antes pelo<br />

juízo da carne do que pela Palavra de Deus, e que confiadamente creem<br />

que terão vantagem daquilo que não nos é permitido pelo Autor da<br />

mesma bênção. Pois o que Caifás pretendia pode ser assim expresso:<br />

“Provocariam a ira de Deus a fim de alcançar a felicidade e prosperidade”.<br />

Aprendamos com isso a jamais separar o que é útil do que é lícito,<br />

visto que não devemos esperar prosperidade alguma ou êxito algum<br />

a não ser da bênção de Deus, a qual é prometida não às pessoas perversas<br />

e rebeldes, as quais esperam a assistência do diabo, mas aos<br />

crentes que sinceramente andam em seus caminhos [Sl 91.11]. E, no<br />

entanto, havia alguma plausibilidade nesse argumento, pois o benefício<br />

público deve ter sempre a preferência. Mas, como eu já disse, uma<br />

pessoa não é mais bem protegida pela morte injusta de um inocente<br />

do que é protegido todo o corpo de uma pessoa, quando simplesmente<br />

se lhe corta a garganta ou seu peito é traspassado por uma espada.<br />

Que era o sumo sacerdote naquele ano. Ele não o denomina<br />

sumo sacerdote naquele ano como se quisesse dizer que o ofício fosse<br />

anual e durasse apenas um ano, mas porque ele se tornara um<br />

dom que podia ser adquirido com dinheiro e era transmitido a várias<br />

pessoas em contraposição à ordenança da lei. Deus não pretendia<br />

que tal dignidade chegasse ao fim, senão pela morte do que fora<br />

designado, 20 mas, em decorrência de problema e confusão nos negócios<br />

públicos, os romanos frequentemente mudavam os sacerdotes<br />

segundo suas fantasias.<br />

51. Ora, ele falou isso não por si mesmo. Ao dizer o evangelista<br />

que Caifás – como alguém que se tornara demente ou perdera suas<br />

faculdades – pronunciou o que não entendia, pois ele expressou sua<br />

20 “Par la mort de celuy qui l’avoit”.

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