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Comentário Evangelho Segundo João - Vol. 1

Comentário de João Calvino no Evangelho Segundo João - Vol. 1.

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54 • <strong>Comentário</strong> do <strong>Evangelho</strong> de <strong>João</strong><br />

poderia ele levar a bom termo sua missão como embaixador senão<br />

convocando seus discípulos a vir a Cristo.<br />

Aquele que vem após mim. De fato, <strong>João</strong> era uns meses mais<br />

velho que Cristo, porém não é de idade que ele está tratando agora.<br />

Como desempenhara o ofício de profeta por algum tempo antes que<br />

Cristo aparecesse em público, ele apareceu antes quanto ao tempo.<br />

Portanto, Cristo seguiu a <strong>João</strong> no tocante à sua manifestação pública.<br />

O que vem a seguir pode ser assim traduzido: “ele veio antes de<br />

mim, porque era meu superior” [primus meus]. O significado, porém,<br />

consiste em que Cristo era merecidamente preferível a <strong>João</strong> por ser<br />

ele mais excelente. Ele, portanto, rende-se a Cristo e, como diz o provérbio,<br />

põe a tocha em suas mãos. Como Cristo, porém, veio algum<br />

tempo depois, <strong>João</strong> nos adverte que o fato de ser ele preferido não<br />

deve constituir obstáculo para a dignidade de sua posição. Portanto,<br />

todos quantos excedem, quer nos dons divinos quer em algum grau de<br />

honra, devem permanecer em sua própria condição: abaixo de Cristo.<br />

16. E de sua plenitude. <strong>João</strong> agora se põe a pregar sobre o ofício<br />

de Cristo, o qual contém uma abundância tal de todas as bênçãos,<br />

que nenhuma parcela de salvação deve ser buscada em algum outro<br />

lugar. Aliás, em Deus está a fonte de vida, justiça, poder e sabedoria;<br />

essa fonte, porém, se acha oculta e inacessível a nós. Em Cristo, contudo,<br />

a riqueza de todas essas coisas se acha exposta diante de nós<br />

para que as busquemos nele. Ele espontaneamente está disposto a<br />

fazê-las jorrar sobre nós, se apenas lhe dermos espaço pela fé. Ele declara<br />

sucintamente que não devemos buscar qualquer benção fora de<br />

Cristo. Esta oração, contudo, compõe-se de várias frases. Na primeira,<br />

ele mostra que todos nós somos totalmente destituídos e vazios<br />

de bênçãos espirituais. Pois Cristo é rico para socorrer-nos em nossa<br />

pobreza, suportar nossos fracassos e saciar nossa fome e sede. Na<br />

segunda, ele nos adverte que, tão logo nos esquecemos de Cristo, passamos<br />

a buscar em vão um ínfimo bocado de bem, visto que aprouve a<br />

Deus que todo bem que existe seja encontrado unicamente nele. Portanto,<br />

encontraríamos ressequidos anjos e homens, vazios os céus,

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