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Comentário Evangelho Segundo João - Vol. 1

Comentário de João Calvino no Evangelho Segundo João - Vol. 1.

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216 • <strong>Comentário</strong> do <strong>Evangelho</strong> de <strong>João</strong><br />

todo o amor de Deus nele habitasse e para que [esse amor] pudesse<br />

fluir dele para nós como de uma fonte plenária.<br />

Cristo é amado pelo Pai como a Cabeça da Igreja. Ele mostra que<br />

esse amor é a causa pela qual o Pai faz todas as coisas por meio de<br />

suas mãos. Pois quando ele diz que o Pai o ama, esta expressão deve<br />

ser entendida como a denotar comunicação, como se quisesse dizer:<br />

“Visto que o Pai me deu seu coração, assim ele derramou sobre mim<br />

seu poder para que a glória divina resplandecesse em minhas obras<br />

e – o que é ainda mais glorioso! – para que os homens não busquem<br />

nada divino senão o que encontram em mim.” E deveras será debalde<br />

buscar o poder de Deus fora de Cristo.<br />

Ele lhe mostrará obras ainda maiores que estas. Com estas palavras,<br />

ele quer dizer que o milagre que realizara na cura do homem<br />

não era a maior das obras que lhe fora confiada pelo Pai, pois ele tinha<br />

dado apenas um leve sabor daquela graça da qual ele é propriamente<br />

tanto Ministro quanto Autor; isto é, restaurar a vida ao mundo.<br />

Para que vos maravilheis. Ao acrescentar estas palavras, ele<br />

indiretamente os acusa de ingratidão, menosprezando tão eminente<br />

demonstração do poder de Deus, como se quisesse dizer: “Ainda que<br />

sejais embotados e estúpidos, todavia as obras que Deus mais tarde<br />

realizará por meu intermédio arrebatará, ainda que relutantemente,<br />

vossa admiração”. Não obstante isso parece não haver se cumprido,<br />

pois sabemos que vendo, não viram, como Isaías também diz que os<br />

réprobos são cegos, embora envolvidos pela luz de Deus. Minha resposta<br />

é que Cristo não fala agora da disposição deles, mas apenas<br />

esboça uma sugestão quanto ao esplendor da demonstração que mais<br />

tarde daria de que ele era o Filho de Deus.<br />

21. Porque como o Pai ressuscita os mortos. Aqui ele faz um sumário<br />

do ponto de vista da natureza do ofício que lhe fora dado pelo<br />

Pai, pois ainda que pareça especificar uma só classe, no entanto é uma<br />

doutrina geral na qual ele se declara como sendo o Autor da vida. Ora,<br />

a vida contém em si não só a justiça, mas todos os dons do Espírito<br />

Santo e cada parte de nossa salvação. E certamente este milagre deve

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