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Comentário Evangelho Segundo João - Vol. 1

Comentário de João Calvino no Evangelho Segundo João - Vol. 1.

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430 • <strong>Comentário</strong> do <strong>Evangelho</strong> de <strong>João</strong><br />

Esta advertência tem sido sumamente útil em todas as épocas, e<br />

na atualidade ela é especialmente necessária. Nenhuma praga é mais<br />

destrutiva à Igreja do que quando lobos devastam sob a vestimenta<br />

de pastores. E também sabemos quão grave ofensa é quando israelitas<br />

bastardos e degenerados pretendem ser os filhos da Igreja e, sob esse<br />

pretexto, insultam os crentes. Na atualidade, porém, não há nada que<br />

leva as pessoas fracas e ignorantes a se sentirem mais alarmadas do<br />

que quando veem o santuário de Deus ocupado pelos mais ferrenhos<br />

inimigos da Igreja, pois não é fácil fazê-las entender que é à doutrina<br />

de Cristo que os pastores da Igreja tão ferozmente resistem. Além<br />

disso, como a maioria dos homens é levada a vários erros por falsas<br />

doutrinas, enquanto os pontos de vista e expectativas de cada pessoa<br />

são dirigidos a outros, raramente alguém permite ser conduzido<br />

à vereda reta. Portanto, devemos acima de tudo guardar-nos contra o<br />

engano procedente de pretensos pastores ou ovelhas falsas, caso não<br />

queiramos, de iniciativa própria, expor-nos aos lobos e ladrões. O título<br />

‘Igreja’ é sumamente honroso e meritoriamente. Mas, por mais<br />

reverência ela mereça, tanto mais cuidadosos e atentos devemos ser<br />

em traçar a distinção entre a verdadeira e a falsa doutrina. Cristo aqui<br />

declara publicamente que não devemos considerar como pastores todos<br />

os que se gabam de ser tais, e que não devemos considerar como<br />

ovelhas todas as que se gabam de marcas externas. Ele fala da Igreja<br />

judaica, porém o que diz se aplica igualmente bem à nossa. Devemos<br />

também considerar seu propósito e desígnio, a saber, que as consciências<br />

fracas não podem ser alarmadas nem desencorajadas, quando<br />

percebem que aqueles que governam na Igreja, em vez de ser pastores,<br />

são hostis ou opostos ao evangelho, e que não podem apostatar da fé,<br />

porque contam com poucos co-discípulos atendendo a Cristo, entre os<br />

que são chamados cristãos.<br />

Aquele que não entra pela porta. É inútil, creio eu, examinar de<br />

forma demasiadamente minuciosa cada parte desta parábola. Descansemos<br />

satisfeitos com este conceito geral: como Cristo declara haver<br />

certa semelhança entre a Igreja e um aprisco, no qual Deus congrega

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