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Comentário Evangelho Segundo João - Vol. 1

Comentário de João Calvino no Evangelho Segundo João - Vol. 1.

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Capítulo 1 • 61<br />

nego que a ambição, o desejo de reter sua autoridade tivesse alguma<br />

influência sobre eles; mas com certeza nada estava mais distante de<br />

suas mentes que transferir a honra de Cristo para outro. Nem estavam<br />

eles agindo de maneira incompatível com seu ofício. Pois ainda que<br />

mantivessem as rédeas do governo da Igreja de Deus, tinham o dever<br />

de se precaver para que ninguém se insinuasse repentinamente, para<br />

que não se erguesse nenhum fundador de uma nova seita, a unidade<br />

da fé não fosse interrompida na Igreja e que ninguém introduzisse cerimônias<br />

novas e estranhas. É evidente, pois, que a linguagem de <strong>João</strong><br />

era comum e excitava a mente de todos. Tal coisa, porém, foi ordenada<br />

pela maravilhosa providência divina, a fim de que este testemunho fosse<br />

mais notavelmente completo.<br />

20. Confessou. Isto é, ele confessou francamente e sem qualquer<br />

evasiva ou hipocrisia. A forma verbal confessou significa, em termos<br />

gerais, que ele declarou o fato como era. O segundo exemplo de confessou<br />

é uma repetição para expressar a forma da confissão. Portanto,<br />

respondeu definitivamente que não era o Cristo.<br />

21. És tu Elias? Por que fizeram menção de Elias e não de Moisés?<br />

Porque aprenderam da profecia de Malaquias [4.5] que, quando<br />

o Messias se manifestasse, Elias seria como sua estrela matutina. Mas<br />

formularam tal pergunta com falsa pressuposição. Pois crendo, como<br />

criam, na transmigração das almas, imaginaram que quando o profeta<br />

Malaquias anunciou que Elias seria enviado, queria dizer o mesmo<br />

Elias que viveu sob o reinado de Acabe. <strong>João</strong>, portanto, responde franca<br />

e apropriadamente que ele não é Elias, usando a palavra em seu<br />

sentido próprio. Cristo, porém, afirma que ele é Elias a partir de uma<br />

correta interpretação do profeta [Mt 11.14; Mc 9.13].<br />

És tu profeta? Incorretamente, Erasmo restringe isso a Cristo,<br />

pois a adição do artigo (ὁ προφήτης, o profeta) não recebe nenhuma<br />

ênfase neste versículo; e os mensageiros posteriores declaram com<br />

bastante clareza que tinham em mente um profeta distinto de Cristo,<br />

quando sumariaram tudo com a afirmação: “Se não és o Cristo, nem<br />

Elias, nem um Profeta” [v. 25]. Portanto, percebemos que pessoas dis-

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