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Comentário Evangelho Segundo João - Vol. 1

Comentário de João Calvino no Evangelho Segundo João - Vol. 1.

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Capítulo 8 • 355<br />

não conheceis nem a mim nem a meu Pai. Se me tivésseis conhecido,<br />

também teríeis conhecido a meu Pai. Essas palavras<br />

Jesus as proferiu junto ao gazofilácio, ensinando no templo, e<br />

ninguém o prendeu, porque sua hora ainda não havia chegado.<br />

15. Vós julgais segundo a carne. Esta expressão pode ser explicada<br />

de duas formas: ou que eles julgavam em concordância com<br />

pontos de vista perversos provenientes da carne, ou que julgavam<br />

em concordância com as aparências externas da pessoa. Pois a carne<br />

às vezes denota a aparência externa de uma pessoa, e ambos<br />

os significados se harmonizam bem com esta passagem, visto que,<br />

onde quer que prevaleçam os sentimentos da carne ou o respeito<br />

humano regula o juízo, ali não habita nem a verdade nem a justiça.<br />

Quanto a mim, porém, creio que o significado será mais assentado<br />

se carne for contrastada com Espírito, entendendo seu significado<br />

assim: que não são juízes legítimos e competentes, porquanto não<br />

possuem o Espírito como seu Guia.<br />

Eu a ninguém julgo. Aqui também os comentaristas diferem.<br />

Alguns fazem a seguinte distinção: ele não julga como homem. Outros<br />

fazem referência ao tempo, ou seja, enquanto estava na terra,<br />

ele não exerceu o ofício de Juiz. Agostinho esposa ambas as exposições,<br />

porém não se define entre elas. Mas a distinção anterior não<br />

se pode de forma alguma aplicar. Pois esta sentença contém duas<br />

cláusulas, a saber, que Cristo não julga, e que, se julgar, seu juízo<br />

é sólido e justo, porque ele é divino. Portanto, quanto à primeira<br />

cláusula, na qual ele diz que não julga, limito-a ao que pertence<br />

peculiarmente a esta passagem. Pois a fim de convencer mais plenamente<br />

seus inimigos, de soberba, ele emprega esta comparação,<br />

que injustamente assumem a liberdade de julgar e contudo não podem<br />

condená-lo, enquanto ele meramente ensina e se abstém de<br />

exercer o ofício de juiz.<br />

16. E se eu julgo. Ele adiciona esta correção para não parecer que<br />

estava suprimindo inteiramente seu direito. Se eu julgo, diz ele, meu

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