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Comentário Evangelho Segundo João - Vol. 1

Comentário de João Calvino no Evangelho Segundo João - Vol. 1.

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Capítulo 11 • 491<br />

Que faremos? Com esta expressão se acusam de indolência,<br />

como se quisessem dizer que nada viam que pudessem fazer, que Cristo<br />

continua a avançar cada vez mais, porquanto não conseguem deter<br />

seu avanço. Tal é a confiança dos ímpios, por meio da qual se põem a<br />

reivindicar tudo, como se estivesse em seu poder executar o que bem<br />

desejem, e como se ainda o resultado da obra dependesse de seus desejos.<br />

E se tudo for bem pesado, aqui empregam sua própria indústria<br />

como um escudo contra o poder divino, como se com sua perseverança<br />

pudessem vencer a Deus.<br />

48. Se o deixarmos assim. O que seria se o deixassem agir à vontade?<br />

Nesse caso, como já dissemos, estão plenamente convencidos<br />

de que está em seu poder bloquear o caminho de Cristo, para que<br />

não avançasse mais, desde que lutassem energicamente contra ele.<br />

Se Cristo fosse algum inspetor, o dever deles teria sido empregar seus<br />

exercícios para que ele não surrupiasse as ovelhas do rebanho do<br />

Senhor, mas ao confessar seus milagres, tornam suficientemente evidente<br />

que não se preocupam muito com Deus, cujo poder tão ousada<br />

e desdenhosamente desprezam.<br />

Virão os romanos. Tentam ocultar sua perversidade com um<br />

disfarce plausível: seu zelo pelo bem público. O medo que principalmente<br />

os afligia era que sua tirania fosse destruída, porém pretendem<br />

estar solícitos pelo templo e pelo culto divino, pelo nome da nação e<br />

pela condição do povo. E qual era o objetivo de tudo isso? Pois não<br />

parecem buscar pretextos desse gênero com o fim de enganar. Não<br />

estão arengando com o povo, mas estão mantendo em segredo uma<br />

consulta entre si. Estando todos eles cônscios de que são culpados da<br />

mesma perfídia, por que não apresentam publicamente seus planos<br />

e opiniões? É porque a impiedade, ainda que grosseira e manifesta,<br />

vem quase sempre acompanhada da hipocrisia, e assim se envolvem<br />

em evasões ou subterfúgios indiretos, ao ponto de se dissimularem<br />

sob a aparência de virtude. Seu principal desígnio indubitavelmente<br />

era manter alguma aparência de gravidade, moderação e prudência,<br />

com o fim de fazer imposição a outros, mas é possível prontamente

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