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Comentário Evangelho Segundo João - Vol. 1

Comentário de João Calvino no Evangelho Segundo João - Vol. 1.

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Capítulo 5 • 205<br />

6. Desejas ser curado? Ele não inquirira a respeito, como se fosse<br />

uma questão duvidosa, mas em parte a fim de acender no homem a<br />

solicitude pelo favor que lhe era oferecido, e em parte para avivar a<br />

atenção das testemunhas que estavam presentes e que, se estivessem<br />

pensando em algo mais, podiam não ter percebido o milagre, como<br />

amiúde sucede em ocorrências repentinas. Por essas duas razões,<br />

fazia-se necessária esta preparação.<br />

7. Não tenho ninguém. Este homem enfermo faz o que quase todos<br />

nós costumamos fazer, pois limita a assistência divina ao molde<br />

de seus próprios conceitos e não se aventura a prometer-se algo mais<br />

além daquilo que ele concebe em sua mente. Cristo perdoa sua debilidade,<br />

e nisto temos um espelho daquela tolerância da qual cada um de<br />

nós tem diariamente experimentado, quando, de um lado, mantemos<br />

nossa atenção fixada nos meios que estão ao nosso alcance, e quando,<br />

do outro lado, contrária à expectativa, ele exibe sua mão, tirando-a de<br />

lugares ocultos e assim nos demonstra o quanto sua bondade vai além<br />

dos tacanhos limites de nossa fé. Além disso, este exemplo deve ensinar-nos<br />

a paciência. Trinta e oito anos eram um longo período, durante<br />

o qual Deus tardou a atender esse pobre homem, e a favorecê-lo desde<br />

o início, dando-lhe o que determinara conferir-lhe. Portanto, por mais<br />

que sejamos mantidos em suspenso, embora gemamos sob nossas<br />

angústias, nunca nos sintamos desencorajados pelo tédio oriundo do<br />

período excessivamente prolongado, pois quando nossas aflições são<br />

excessivamente contínuas, ainda que não visualizemos nenhum término<br />

delas, devemos sempre crer que Deus é um maravilhoso libertador<br />

que, com seu poder, remove facilmente cada obstáculo do caminho.<br />

9. E era sábado. Cristo estava bem ciente da profunda ofensa que<br />

imediatamente se geraria quando vissem um homem andando com<br />

uma carga nas costas, porquanto a lei proíbe expressamente carregar<br />

qualquer peso durante o sábado [Jr 17.21]. Mas havia duas razões por<br />

que Cristo, desafiando esse risco, decide fazer essa exibição: primeiro,<br />

para que o milagre fosse mais extensamente conhecido; e, segundo,<br />

para que desse ocasião e, por assim dizer, abrisse caminho para um

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