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Comentário Evangelho Segundo João - Vol. 1

Comentário de João Calvino no Evangelho Segundo João - Vol. 1.

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94 • <strong>Comentário</strong> do <strong>Evangelho</strong> de <strong>João</strong><br />

perceber sua extraordinária autoridade e reputação. O homem a quem o<br />

Evangelista chama de administrador da festa superintendia a preparação<br />

da festa e o arranjo das mesas – não que a festa fosse muito grande e<br />

cheia de pompas, mas porque os casamentos pobres tomavam por empréstimo<br />

os títulos extravagantes da grandeza e esplendor dos ricos. No<br />

entanto, surpreende que Cristo, um mestre de sobriedade, suprisse a<br />

festa com uma grande quantidade de vinho, e do melhor. Respondo que,<br />

quando Deus nos provê diariamente com abundância de vinho, cometemos<br />

um sério erro se permitimos que sua benevolência se nos converta<br />

em incitamento para a luxúria. Mas será uma indubitável prova de nossa<br />

temperança se formos simples e moderados em meio à abundância. Justamente<br />

como Paulo se regozija por ter aprendido a viver bem tanto na<br />

fartura quando na escassez [Fp 4.11].<br />

11. Jesus começou assim seus sinais. Significa que esse foi o<br />

primeiro milagre efetuado por Cristo. Pois ainda que a proclamação<br />

angelical, dizendo aos pastores que ele nascia em Belém, a estrela<br />

aparecendo aos magos e o Espírito Santo descendo sobre ele numa<br />

semelhança de pomba fossem todos milagres, todavia, estritamente<br />

falando, não foram realizados por ele mesmo. É aqui que ele aparece<br />

como o próprio protagonista dos milagres. Pois é uma ridícula e absurda<br />

interpretação aquela que alguns apresentam, dizendo que este<br />

é assinalado como sendo o primeiro dentre os milagres que Cristo<br />

efetuou em Caná da Galileia, como se ele escolhesse um lugar para manifestar<br />

seu poder onde lemos que ele só foi duas vezes. O propósito<br />

do Evangelista era antes observar a ordem de tempo que Cristo seguiu<br />

no exercício de seu poder. Pois até a idade de trinta anos ele ficou em<br />

casa como uma pessoa comum. Seu batismo foi uma admissão ao exercício<br />

de seus deveres, só então ele começou a aparecer em público e a<br />

mostrar-se abertamente através de claras provas a que propósito fora<br />

ele enviado pelo Pai. Portanto, não carece que nos admiremos se ele<br />

adiou a primeira prova de sua divindade até este momento.<br />

O matrimônio é grandemente glorificado não só pelo fato de Cristo<br />

ter honrado uma festa de núpcias com sua presença, mas também

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