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Comentário Evangelho Segundo João - Vol. 1

Comentário de João Calvino no Evangelho Segundo João - Vol. 1.

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Capítulo 5 • 217<br />

ter sido uma prova tão extraordinária do poder de Cristo, ao ponto de<br />

produzir este fruto comum, isto é, a abertura da porta ao evangelho.<br />

Devemos observar ainda de que maneira Cristo nos outorga vida,<br />

porquanto ele nos encontros todos mortos, e por isso se fazia necessário<br />

começar com a ressurreição. Não obstante, quando anexa estas<br />

palavras, ressuscitar e vivificar, ele não usa linguagem supérflua, pois<br />

não teria sido suficiente que fôssemos resgatados da morte se Cristo<br />

não houvera plena e perfeitamente restaurado a vida em nós. Também<br />

não fala desta vida como sendo outorgada a todos indiscriminadamente,<br />

pois ele diz que dá a vida a quem ele quer, com o quê ele quer dizer<br />

que confere esta graça especialmente a determinadas pessoas, e a ninguém<br />

mais, isto é, aos eleitos.<br />

22. Pois o Pai a ninguém julga. Ele gora declara com mais clareza<br />

a verdade geral de que o Pai governa o mundo na pessoa do Filho e<br />

exerce domínio através de suas mãos. Pois o evangelista emprega a<br />

palavra juízo, em conformidade com o idioma hebraico, para denotar<br />

autoridade e poder. Agora percebemos o equivalente do que se afirma<br />

aqui: que o Pai deu ao Filho o reino para que ele pudesse governar céu<br />

e terra em conformidade com seu beneplácito.<br />

Mas poderia parecer grande absurdo o fato de que o Pai, cedendo<br />

seu direito de governar, permaneça inativo no céu, como uma pessoa<br />

privada. A resposta é fácil. Isso é expresso com respeito tanto a Deus<br />

quanto aos homens, pois nenhuma mudança ocorreu no Pai quando<br />

ele designou Cristo como o supremo Rei e Senhor do céu e da terra,<br />

porquanto ele está no Filho e opera nele. Mas visto que, quando desejamos<br />

chegar a Deus, todos nossos sentidos imediatamente fracassam,<br />

Cristo é posto diante de nossos olhos como uma imagem viva do Deus<br />

invisível. Não há razão, portanto, por que devamos labutar sem qualquer<br />

propósito em explorar os segredos do céu, visto que Deus provê<br />

para nossa fraqueza ao revelar sua intimidade na pessoa de Cristo.<br />

Mas, em contrapartida, sempre que a inquirição concernente ao governo<br />

do mundo, a nossa própria condição, à proteção celestial de<br />

nossa salvação, aprendamos a dirigir nossos olhos exclusivamente a

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