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Comentário Evangelho Segundo João - Vol. 1

Comentário de João Calvino no Evangelho Segundo João - Vol. 1.

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Capítulo 10 • 431<br />

todo seu povo, assim ele se compara a uma porta, porque não existe<br />

outro ingresso na Igreja senão por meio dele. Daí se segue que só serão<br />

bons pastores os que conduzem os homens diretamente a Cristo, e<br />

que só se reunirão verdadeiramente no redil de Cristo, para que pertençam<br />

a seu rebanho, os que se devotam exclusivamente a Cristo.<br />

Mas tudo isso se relaciona à doutrina, porque, visto que todos os<br />

tesouros da sabedoria e do conhecimento estão ocultos em Cristo [Cl 2.3],<br />

aquele que se desvia dele, tomando outros desvios, não se mantém<br />

na estrada nem entra pela porta. Ora, todo aquele que não despreza<br />

a Cristo nem a seu instrutor facilmente se desvencilhará daquela hesitação<br />

que mantém tantos em um estado de perplexidade, qual é a<br />

Igreja e quem são aqueles a quem devemos ouvir como pastores. Pois<br />

se aqueles que se chamam pastores tentam nos desviar de Cristo, nosso<br />

dever é fugir deles, sob a ordem de Cristo, como fugiríamos dos<br />

lobos e dos ladrões, e não devemos formar nem manter comunhão com<br />

qualquer sociedade senão com aquela que se harmoniza com a fé pura<br />

do evangelho. Por essa razão Cristo exorta seus discípulos a se separarem<br />

da multidão incrédula de toda a nação, não se deixar governar<br />

por sacerdotes ímpios e não permitir que se imponham com títulos<br />

soberbos e fúteis.<br />

3. A ele o porteiro abre. Se pelo termo Porteiro 1 alguém prefere<br />

entender uma referência a Deus, não faço objeção, e Cristo parece<br />

contrastar expressamente o juízo divino com a falsa opinião humana<br />

na aprovação dos pastores, como se quisesse dizer: “De fato há outros<br />

a quem o mundo geralmente aplaude e sobre quem espontaneamente<br />

confere honra, Deus, porém, que mantém as rédeas do governo, não<br />

reconhece nem aprova a qualquer um senão aqueles que conduzem as<br />

ovelhas por essa vereda”.<br />

Ele chama pelo nome suas próprias ovelhas. Considero isso<br />

como uma referência ao consenso mútuo da fé, porque o discípulo e<br />

o mestre se acham intimamente unidos pelo mesmo Espírito de Deus,<br />

1 “Si par ce mot de Portier”.

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