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Comentário Evangelho Segundo João - Vol. 1

Comentário de João Calvino no Evangelho Segundo João - Vol. 1.

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142 • <strong>Comentário</strong> do <strong>Evangelho</strong> de <strong>João</strong><br />

exclamação que ele indignadamente pronuncia, visto que seus discípulos<br />

até então tinham feito tão pouco progresso. E certamente era<br />

excessivamente absurdo que ainda lutassem por reduzir à posição<br />

de homens comuns àquele que, com tanta frequência ouviam, era o<br />

Cristo, o qual não podia erguer-se acima de seus próprios servos. E,<br />

portanto, <strong>João</strong> poderia, com justiça, ter dito ser inútil gastar tempo<br />

em instruir os homens, porquanto são obtusos e estúpidos, enquanto<br />

não fossem renovados em sua mente.<br />

Antes, porém, concordo com a opinião daqueles que o explicam<br />

como uma aplicação a <strong>João</strong>, como a asseverar que não estava<br />

em seu poder, nem no deles, de fazê-lo grande, porque a medida<br />

de todos nós é sermos aquilo que Deus pretende que sejamos.<br />

Pois se até mesmo o Filho de Deus não tomou para si honra alguma<br />

[Hb 5.4], que homem dentre a categoria ordinária se aventuraria<br />

a desejar mais do que aquilo que o Senhor lhe deu? Se esse único<br />

pensamento, se estivesse devidamente impresso nas mentes de<br />

todos nós, seria sobejamente suficiente para refrear a ambição,<br />

e a ambição seria corrigida e destruída e a praga das contendas<br />

seria igualmente removida. Como sucede, pois, que cada pessoa<br />

se exalte mais do que lhe é lícito, senão porque não dependemos<br />

do Senhor, de modo a sentirmos satisfeitos com a posição que ele<br />

nos designou?<br />

28. Vós sois minhas testemunhas. <strong>João</strong> reprova seus discípulos,<br />

dizendo que não deram crédito a suas afirmações. Ele os advertia com<br />

frequência, dizendo que não era o Cristo. E, por isso, assegurava-lhes<br />

que seria um servo do Filho de Deus e lhe seria sujeito juntamente<br />

com os demais. E esta passagem é digna de ponderação, pois, ao afirmar<br />

que não era o Cristo, ele nada merece para si senão sujeitar-se à<br />

cabeça e servir na Igreja como um dentre os demais, e não para ser<br />

tão altamente exaltado a ponto de obscurecer a honra da Cabeça. Diz<br />

ele que fora enviado antecipadamente com o fim de preparar o caminho<br />

para Cristo, como os reis costumavam enviar arautos como seus<br />

precursores.

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