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Comentário Evangelho Segundo João - Vol. 1

Comentário de João Calvino no Evangelho Segundo João - Vol. 1.

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Capítulo 11 • 471<br />

15. E por vossa causa eu me regozijo de não estar lá. Sua intenção<br />

é dizer que sua ausência lhes era mui proveitosa, porque seu<br />

poder teria sido menos eminentemente exibido se instantaneamente<br />

desse a Lázaro toda a assistência. Pois quanto mais associadas as<br />

obras de Deus estão do curso ordinário da natureza, menos sublimemente<br />

são valorizadas e menos eminentemente é sua glória exibida.<br />

Isso é o que experimentamos diariamente, pois se Deus imediatamente<br />

estende sua mão, não percebemos sua assistência. Portanto, para<br />

que a ressurreição de Lázaro fosse reconhecida pelos discípulos de<br />

que verdadeiramente era uma obra divina, tinha de ser demorada para<br />

que fosse mais amplamente distanciada dos recursos humanos.<br />

Não obstante, devemos recordar o que observei previamente, a<br />

saber, que a bondade paternal de Deus para conosco é aqui representada<br />

na pessoa de Cristo. Quando Deus nos permitir ser esmagados<br />

pelas angústias e debilitados por elas, saibamos que dessa forma ele<br />

promove nossa salvação. Sem dúvida, em tais ocasiões gememos e nos<br />

sentimos perplexos e dolorosamente aflitos, mas o Senhor se regozija<br />

por causa de nosso benefício, e nos fornece uma dupla exibição de sua<br />

bondade neste aspecto: ele não perdoa nossos pecados, mas de bom<br />

grado acha ocasião de corrigi-los.<br />

Para que creiais. Ele não quer dizer que este era o primeiro débil<br />

começo da fé neles, mas que era uma confirmação da fé já iniciada,<br />

ainda que ela fosse excessivamente pequena e frágil. Não obstante, ele<br />

indiretamente sugere que, se a mão de Deus não fosse publicamente<br />

exibida, não teriam crido.<br />

16. Então Tomé. Até aqui os discípulos tentaram impedir a Cristo<br />

de ir. Tomé agora se sente preparado para seguir em frente, porém sem<br />

confiança, ou pelo menos, ele não se sente fortificado pela promessa<br />

de Cristo ao ponto de segui-lo com alacridade e compostura.<br />

Vamos para morrermos com ele. Esta é a linguagem do desespero,<br />

porque não deveriam nutrir nenhum temor por suas próprias<br />

vidas. A frase, com ele, pode ser explicada como sendo uma referência<br />

ou a Lázaro ou a Cristo. Se a atribuirmos a Lázaro, passa a ser

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