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Comentário Evangelho Segundo João - Vol. 1

Comentário de João Calvino no Evangelho Segundo João - Vol. 1.

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418 • <strong>Comentário</strong> do <strong>Evangelho</strong> de <strong>João</strong><br />

em sua opinião, ele não podia ser discípulo de Cristo sem se rebelar<br />

contra a lei de Moisés, e expressamente representam esses dois<br />

elementos como sendo inconsistentes entre si. É um pretexto bem<br />

plausível que temam rebelar-se contra a doutrina de Moisés. Pois esta<br />

é a verdadeira norma da piedade: que devemos dar ouvido aos profetas,<br />

por meio de quem certamente sabemos que Deus tem falado,<br />

para que nossa fé não se concretize por qualquer doutrina humana.<br />

À luz deste princípio deduzem sua convicção quanto à lei de Moisés,<br />

porém mentem quando dizem que são discípulos de Moisés, porquanto<br />

tinham apostatado do propósito da lei. E assim os hipócritas costumam<br />

temer a Deus convenientemente, 19 pretendendo ocultar-se sob<br />

seu nome. Se Cristo é a alma da lei, como Paulo nos afirma [Rm 10.4],<br />

em que se converte a lei quando dissociada dele, senão um corpo morto?<br />

Por este exemplo somos instruídos que ninguém realmente ouve<br />

a Deus, a menos que seja um atento ouvinte de sua Palavra, para que<br />

entenda o que Deus pretende e declara.<br />

29. Quanto a esse homem, não sabemos de onde ele é. Ao falarem<br />

assim, não estão pensando em seu país ou lugar de nascimento, mas<br />

no ofício profético. Pois alegam que não têm nenhum conhecimento de<br />

sua vocação, para que o recebam como sendo de procedência divina.<br />

30. Certamente isso é admirável. Indiretamente, ele os reprova<br />

por permanecerem insensíveis ante um milagre tão proeminente, e em<br />

pretenderem que não tinham nenhum conhecimento da vocação de<br />

Cristo, como se quisesse dizer que era tremendamente impróprio que<br />

tal testemunho do poder divino não fosse tido em nenhuma estima, e<br />

que a vocação de Cristo, tão provada e atestada, não granjeasse nenhum<br />

crédito entre eles. E, com o fim de demonstrar mais claramente<br />

sua estupidez ou malícia, ele engrandece a excelência do milagre a partir<br />

de sua consideração, ou seja: que, até onde pode ir a memória dos<br />

homens, ninguém jamais ouvira dizer que tal coisa fosse feita por um<br />

homem. Daí se segue que são maliciosos e ingratos, porque volunta-<br />

19 “De deschirer Dieu par pieces”.

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