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Comentário Evangelho Segundo João - Vol. 1

Comentário de João Calvino no Evangelho Segundo João - Vol. 1.

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Capítulo 1 • 85<br />

50. Jesus respondeu. Ele não dirige reprovação a Natanael,<br />

como se ele fosse demasiadamente crédulo. Ao contrário, por seu<br />

assentimento aprova sua fé, promete a ele e a todos os demais uma<br />

confirmação por meio de argumentos mais contundentes. Além disso,<br />

era algo peculiar ser alguém visto por Cristo debaixo de uma figueira,<br />

quando ausente e distante dele; mas agora Cristo apresenta uma prova<br />

que seria comum a todos, e assim, como se interrompesse seu discurso,<br />

ele se volta de um para todos.<br />

51. Vereis o céu aberto, diz ele. Em minha opinião, incorrem em<br />

erro os que avidamente inquirem quanto ao lugar onde, e o tempo<br />

quando Natanael e os outros viram os céus abertos. Pois ele está, ao<br />

contrário, indicando algo contínuo que seria sempre existente em seu<br />

reino. Por certo que reconheço que os discípulos, às vezes, viam anjos,<br />

os quais não são vistos hoje. Reconheço ainda que a manifestação<br />

da glória celestial, quando Cristo ascendeu ao céu, foi diferente do que<br />

é agora para nós. Mas se ponderarmos com mais atenção, veremos<br />

que o que aconteceu então é de perpétua duração. Pois o reino de<br />

Deus, outrora fechado para nós, foi verdadeiro aberto em Cristo. Um<br />

exemplo visível desse fato foi mostrado a Estevão [At 7.55] e aos três<br />

discípulos no monte [Mt 17.5], bem como aos demais discípulos na<br />

ascensão de Cristo [Lc 24.51; At 1.9]. Mas todos os sinais pelos quais<br />

Deus se mostra presente conosco estão relacionados com essa abertura<br />

do céu, especialmente quando Deus se comunica conosco para<br />

ser nossa vida.<br />

E os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do homem.<br />

Esta segunda sentença está relacionada com os anjos. Aqui se<br />

diz que “sobem e descem”, pois é assim que eles exercem seu ofício<br />

como ministros da benevolência divina em relação a nós. Portanto,<br />

com esta expressão nota-se uma comunicação recíproca entre Deus e<br />

os homens. Ora, é preciso reconhecer que este benefício foi recebido<br />

em Cristo, porque sem ele os anjos nutririam mais mortal inimizade<br />

contra nós do que um amigo cuidando em nos proteger. Diz-se que eles<br />

“sobem e descem” sobre ele, não porque ministrem exclusivamente

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