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Comentário Evangelho Segundo João - Vol. 1

Comentário de João Calvino no Evangelho Segundo João - Vol. 1.

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190 • <strong>Comentário</strong> do <strong>Evangelho</strong> de <strong>João</strong><br />

ensinou que ele viera admitir estranhos na família de Deus e trazer paz<br />

a todos quantos estavam longe [Ef 2.17].<br />

44. Pois Jesus mesmo testificou. A aparente contradição que nos<br />

choca aqui, à primeira vista, tem dado lugar a várias interpretações.<br />

Há um excesso de sutileza na explicação dada por Agostinho, a saber:<br />

que Cristo era sem honra entre seus próprios compatrícios, porque ele<br />

fizera mais o bem entre os samaritanos, em dois dias, do que fizera, por<br />

um longo tempo, entre os galileus; e porque, sem milagres, ele granjeara<br />

mais discípulos em Samaria do que com um grande volume de<br />

milagres granjeara na Galileia. Tampouco me satisfaço com o ponto de<br />

vista de Crisóstomo, o qual entende Cafarnaum como sendo o estado<br />

de Cristo, porque ele habitou ali com mais freqüência do que em qualquer<br />

outro lugar. Concordo mais com Cirilo que afirma que ele deixou<br />

a cidade de Nazaré e partiu para uma parte diferente da Galileia; pois<br />

os outros três evangelistas fazem menção de Nazaré, quando relatam<br />

este testemunho de Cristo. O significado poderia de fato ser que, enquanto<br />

o tempo de plena manifestação ainda não havia chegado, ele<br />

decide permanecer oculto em seu estado natal, numa espécie de retiro<br />

obscuro. Ainda outros explicam o fato neste sentido: ele permaneceu<br />

dois dias em Samaria porque não havia razão para apressar-se a ir a<br />

outros lugares onde escárnio o aguardava. Outros pensam que ele foi<br />

diretamente para Nazaré e imediatamente a deixou; mas, como <strong>João</strong><br />

não faz nenhum relato desse gênero, não me aventuro a entregar-me a<br />

tal conjetura. Um ponto de vista mais correto é este: quando ele percebeu<br />

que era menosprezado em sua cidade natal, Nazaré, partiu para<br />

outros lugares. E, portanto, imediatamente segue [v. 46] que ele entrou<br />

na cidade de Caná. O que em seguida se acrescenta – que os galileus o<br />

receberam – era um emblema de reverência, não de desdém.<br />

Um profeta não tem honra em seu próprio país. Não tenho dúvida<br />

de que esta expressão era comum, e veio a transformar-se num<br />

provérbio; 16 e sabemos que provérbios tem o propósito de expressar<br />

16 “Commune, et qui etoit passee en proverbe.”

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