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Comentário Evangelho Segundo João - Vol. 1

Comentário de João Calvino no Evangelho Segundo João - Vol. 1.

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446 • <strong>Comentário</strong> do <strong>Evangelho</strong> de <strong>João</strong><br />

amor que é devido a seu Unigênito Filho, mas o imputa a nós como a<br />

causa final. E não havia necessidade de que Cristo tomasse para si nossa<br />

carne, na qual ele era o bem-amado, mas para que fosse o penhor da<br />

mercê de seu Pai em redimir-nos.<br />

Para a reassumir. Como os discípulos poderiam estar profundamente<br />

entristecidos por causa do que ouviram sobre a morte de<br />

Cristo, e como sua fé poderia ainda estar profundamente abalada, ele<br />

os conforta com a esperança de sua ressurreição, a qual logo se concretizaria.<br />

Como se quisesse dizer que não morreria sob a condição de<br />

ser tragado pela morte, mas a fim de poder logo depois ressurgir como<br />

Vencedor. E mesmo em nossos dias devemos contemplar a morte de<br />

Cristo a fim de nos lembrarmos, ao mesmo tempo, da glória de sua ressurreição.<br />

E assim sabemos que ele é a vida, porque, em sua luta com<br />

a morte, obteve uma esplêndida vitória e alcançou um nobre triunfo.<br />

18. Ninguém a toma de mim. Esta é outra consolação, por meio<br />

da qual os discípulos tomaram alento quanto à morte de Cristo, ou<br />

seja: que ele não morreria por constrangimento, mas se ofereceria<br />

voluntariamente para a salvação de seu rebanho. Ele não só afirma<br />

que os homens não têm nenhum poder de levá-lo à morte, exceto até<br />

onde lhes é permitido, porém declara que ele é livre de toda violência<br />

da necessidade. O contrário se dá conosco, pois vivemos sob a necessidade<br />

de morrer em decorrência de nossos pecados. Aliás, Cristo<br />

mesmo nasceu como um homem mortal, mas essa foi uma submissão<br />

voluntária, e não uma servidão a ele imposta por outro. Portanto,<br />

Cristo tencionava fortificar seus discípulos, para que, quando o vissem<br />

logo depois arrastado à morte, não desmaiassem, como se ele<br />

fosse oprimido por inimigos, mas pudessem reconhecer que isso era<br />

feito pela maravilhosa Providência de Deus, ou seja, que ele morreria<br />

pela redenção de seu rebanho. E esta doutrina contém um benefício<br />

perpétuo, a saber, que a morte de Cristo é uma expiação de nossos<br />

pecados, porque ela foi um sacrifício voluntário, em consonância<br />

com o dito de Paulo: “Pela obediência de um muitos foram feitos<br />

justos” [Rm 5.19].

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