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Comentário Evangelho Segundo João - Vol. 1

Comentário de João Calvino no Evangelho Segundo João - Vol. 1.

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180 • <strong>Comentário</strong> do <strong>Evangelho</strong> de <strong>João</strong><br />

ignorante e instruída de forma muito elementar, ela vai além dos limites<br />

de sua fé. Eis minha resposta: ela teria agido inconsideradamente<br />

se houvera assumido o ofício de mestra, porém quando nada mais deseja<br />

senão excitar seus concidadãos a ouvir a voz de Cristo, diríamos<br />

que ela esqueceu a si mesma ou fez mais do que tinha o direito de<br />

fazer. Ela exerce meramente o ofício de trombeta ou de um sino a convidar<br />

outros a vir a Cristo.<br />

29. Vede um homem. Visto que ela aqui fala em termos de dúvida,<br />

poderia parecer não ter sido profundamente abalada pela autoridade<br />

de Cristo. Eis minha resposta: visto não ter sido qualificada a discursar<br />

sobre mistérios tão profundos, ela diligenciou-se, segundo sua<br />

frágil capacidade, a levar seus concidadãos a permitirem deixar-se<br />

instruir por Cristo. Ela empregava um estimulante mui poderoso para<br />

despertá-los, quando ela bem sabia, por meio de um sinal que não era<br />

obscuro nem duvidoso, que ele era profeta, porque, uma vez que não<br />

podiam formar um juízo de sua doutrina, essa preparação inferior era-<br />

-lhes útil e bem adaptada. Tendo, pois descoberto que Cristo revelara<br />

à mulher coisas que estavam ocultas, inferiram disso que ele é um<br />

profeta de Deus. Uma vez certificados de tal fato, então começam a<br />

entender sua doutrina. A mulher, porém, vai além, pois ela os convida<br />

a inquirir se ele era ou não o Messias, sentindo-se satisfeita se pelo<br />

menos pudesse persuadi-los a buscarem, de sua livre vontade, o que<br />

ela já havia encontrado em Cristo; porque ela sabia que encontrariam<br />

mais do que ela prometera.<br />

Quem me disse todas as coisas que já fiz. Por que ela mente, dizendo<br />

que Cristo lhe disse todas as coisas? Já demonstrei que Cristo<br />

não a reprovou por sequer um único exemplo de fornicação, senão<br />

que pôs diante dela, em poucas palavras, muitos pecados que ela<br />

cometera ao longo da vida. Pois o evangelista não registrou minuciosamente<br />

cada sentença, mas declara em termos gerais que Cristo,<br />

com o fim de reprimir a loquacidade da mulher, desnudou sua vida<br />

pregressa e a atual. Contudo, vemos que a mulher, acesa por santo<br />

zelo, não se poupou, nem ainda sua reputação, para engrandecer o

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