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Comentário Evangelho Segundo João - Vol. 1

Comentário de João Calvino no Evangelho Segundo João - Vol. 1.

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Capítulo 7 • 331<br />

[7.37-39]<br />

Ora, no último dia, que era o maior dia da festa, Jesus se pôs<br />

em pé e clamou, dizendo: Se alguém tem sede, venha a mim<br />

e beba. Aquele que crê em mim, como diz a Escritura, de seu<br />

interior fluirão rios de água viva. Mas isso disse ele do Espírito<br />

que haviam de receber os que nele cressem. Porque o Espírito<br />

Santo ainda não fora dado, porque Jesus não havia sido ainda<br />

glorificado.<br />

37. No último dia. O primeiro elemento que devemos observar<br />

aqui é que nenhuma trama ou intriga por parte dos inimigos havia<br />

amedrontado a Cristo ao ponto de levá-lo a desistir de seu dever. Mas,<br />

ao contrário disso, sua coragem despertou-se frente aos perigos, de<br />

modo a perseverar com maior determinação. Isso é provado pela circunstância<br />

do tempo, com a multidão aglomerada e a liberdade que<br />

ele teve em exclamar, embora saibamos que mãos se estendiam de todos<br />

os lados para agarrá-lo, pois é provável que os oficiais estivessem,<br />

naquele tempo, prontos a executar seu compromisso.<br />

Em seguida, devemos observar que nada mais além da proteção<br />

de Deus, à qual ele se entregou, o capacitava a permanecer<br />

firme contra esforços tão violentos daqueles que tinham tudo em<br />

seu poder. Pois, que outra razão se poderia determinar pela qual<br />

Cristo pregasse no dia mais público da festa, no meio do templo,<br />

sobre o qual seus inimigos exerciam um tranquilo reinado, e depois<br />

de prepararem um bando de oficiais, senão porque Deus restringia<br />

seu furor? Não obstante, é-nos muitíssimo proveitoso que o evangelista<br />

introduza Cristo exclamando em voz alta: Todo aquele que<br />

tiver sede, venha a mim. Pois disto inferimos que o convite não<br />

era dirigido a apenas uma ou duas pessoas, ou em um suave e manso<br />

sussurro, senão que esta doutrina é proclamada a todos, de tal<br />

maneira que ninguém poderia ignorá-la, senão que todos quantos,<br />

espontaneamente, fechasse seus ouvidos não receberiam este clamor<br />

audível e distinto.

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