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Comentário Evangelho Segundo João - Vol. 1

Comentário de João Calvino no Evangelho Segundo João - Vol. 1.

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Capítulo 3 • 119<br />

naturalmente, e nesse ato ninguém se reveste de um novo corpo, 6 mas<br />

nasce enquanto é renovado na mente e coração, mediante a graça do<br />

Espírito.<br />

Consequentemente, nosso Senhor empregou as palavras Espírito<br />

e água no mesmo sentido, e isso não deve ser tomado como sendo uma<br />

interpretação abrupta e forçada. Quando se menciona o Espírito na<br />

Escritura, uma forma frequente e comum de expressão é acrescentar<br />

a palavra água ou fogo, para expressar seu poder. De vez em quando,<br />

ouvimos de Cristo batizando com o Espírito Santo e com fogo, quando<br />

fogo não significa algo distinto do Espírito, mas simplesmente mostra<br />

a natureza de seu poder em nós.<br />

É uma questão de pouca importância anteceder ele a palavra<br />

água. Quer dizer simplesmente que esta frase flui mais facilmente que<br />

outra, já que uma afirmação clara e direta segue a metáfora. É como<br />

se Cristo dissesse que ninguém será filho de Deus enquanto não for<br />

renovado pela água, e que essa água é o Espírito que nos purifica de<br />

uma nova forma, e que, mediante seu poder derramado sobre nós,<br />

nos comunica a energia da vida celestial, quando, por natureza, somos<br />

completamente estéreis. E, com o fim de reprovar a Nicodemos em<br />

razão de sua ignorância, Cristo, mui apropriadamente, usa uma forma<br />

de linguagem comum na Escritura, pois Nicodemos deve por fim ter<br />

reconhecido que o que Cristo dizia fora tomado do ensino ordinário<br />

dos profetas.<br />

Pelo termo água, pois, subentende-se simplesmente a purificação<br />

e vivificação interior efetuadas pelo Espírito Santo. Tampouco é<br />

incomum empregar-se a conjunção e explicitamente, quando a última<br />

sentença é uma explicação da primeira. E também o contexto me<br />

apoia, pois quando Cristo adiciona imediatamente a razão por que<br />

temos que nascer de novo, ele mostra, sem mencionar água, como a<br />

novidade de vida que ele requer provém unicamente do Espírito. Por<br />

isso se deduz que não se deve separar a água de o Espírito.<br />

6 “Qui imaginoit que los ames apres la mort de leurs corps entroyent dedans des autres<br />

corps.”

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