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Comentário Evangelho Segundo João - Vol. 1

Comentário de João Calvino no Evangelho Segundo João - Vol. 1.

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Capítulo 3 • 125<br />

Deus, contanto que seja com sobriedade e reverência. Nicodemos, porém,<br />

rejeita como se fosse uma fábula, objetando que não o via como<br />

algo possível. Examinaremos este tema, de modo mais minucioso, no<br />

capítulo 6.<br />

10. Tu és mestre de Israel. Ao perceber que estava desperdiçando<br />

seu tempo e energia, instruindo um homem tão orgulhoso, Cristo<br />

passa a repreendê-lo. Indubitavelmente, com tal classe de pessoas<br />

nenhum ensino jamais logrará progresso enquanto não se destruir a<br />

perversa confiança com que se sentem enfatuadas. Além do mais, essa<br />

é uma objeção muito apropriada para subjugar seu orgulho, pois Cristo<br />

critica sua ignorância justamente sobre o assunto do qual pensava<br />

ser mais bem informado e mais sábio. Ele acreditava ser importante e<br />

inteligente não admitir o impossível, porquanto a pessoa que aceita<br />

algo com base na palavra de outrem, antes de ponderar bem, é insensatamente<br />

crédula. No caso de Nicodemos, porém, com sua magistral<br />

arrogância, o que é ridículo, porquanto se encontra mais perdido acerca<br />

dos princípios rudimentares do que qualquer aluno.<br />

Uma dúvida como essa é vil e vexatória, pois que religião é a<br />

nossa, que conhecimento de Deus, que norma da reta conduta, que<br />

esperança da vida eterna, se não cremos que uma pessoa é renovada<br />

pelo Espírito de Deus? Há certa ênfase, pois, na palavra isso, uma vez<br />

que a Escritura reiteradamente insiste sobre essa parte da doutrina,<br />

ela não deve ser ignorada mesmo pelos mais novatos. Daí ser totalmente<br />

intolerável que uma pessoa que professa ser mestra na Igreja<br />

de Deus seja ignorante e inábil nela.<br />

11. Nós falamos do que sabemos. Alguns aplicam isso a Cristo e<br />

a <strong>João</strong> Batista; outros afirmam que o plural substitui o singular. Mas<br />

não tenho dúvida de que Cristo está se juntando a todos os profetas<br />

de Deus e falando por todos eles, pois os filósofos e outros mestres<br />

conceituados muitas vezes expressam trivialidades de sua própria invenção.<br />

Cristo, porém, alega como sendo peculiar a ele e a todos os<br />

servos de Deus o fato de não proclamarem nenhuma doutrina senão a<br />

que é infalível. Deus não os enviou para que tagarelarem sobre coisas

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