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Comentário Evangelho Segundo João - Vol. 1

Comentário de João Calvino no Evangelho Segundo João - Vol. 1.

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56 • <strong>Comentário</strong> do <strong>Evangelho</strong> de <strong>João</strong><br />

por Deus, e extensivamente a vida eterna, são não um ressarcimento por<br />

conta de nosso crédito, como se fossem salários por nós granjeados, mas<br />

provêm simplesmente da bondade de Deus que assim nos remunera com<br />

sua graça prévia e nos coroa com seus próprios dons. Essa é uma santa e<br />

sábia observação, mas que não se adéqua bem ao presente versículo. O<br />

significado se torna mais simples quando o leitor toma a preposição ἀντὶ<br />

comparativamente, como se <strong>João</strong> estivesse dizendo que todas as graças<br />

divinas sobre nós acumuladas fluem igualmente dessa fonte. Poderia também<br />

ser tomada como indicativo de propósito final – recebemos graça<br />

agora para que Deus finalmente conclua a obra de nossa salvação, a qual<br />

é a consolidação da graça. Mas concordo mais com a opinião dos que dizem<br />

que somos regados com aquelas graças que foram derramadas sobre<br />

Cristo. Pois o que recebemos de Cristo, ele não no-lo concede como sendo<br />

Deus, mas o Pai lhe comunica o que nos deve fluir como que através<br />

de um canal. Essa é a unção que foi liberalmente derramada sobre ele<br />

para que pudesse ungir a todos nós com ele. É também por essa razão<br />

que ele é chamado Cristo (o Ungido) e nós, cristãos.<br />

17. Porque a lei foi dada por intermédio de Moisés. Ele fala em<br />

termos de antecipação com o fim de realçar uma objeção que provavelmente<br />

surgiria. Pois a figura de Moisés se tornou tão proeminente para<br />

os judeus, que dificilmente permitiriam qualquer coisa que diferisse<br />

dele. O Evangelista, pois, nos ensina quão humilde era o ministério de<br />

Moisés comparado com o domínio de Cristo. Tal comparação também<br />

põe nitidamente em relevo o poder de Cristo, pois o Evangelista adverte<br />

os judeus, que rendiam a Moisés a mais elevada deferência, que sua<br />

contribuição era extremamente escassa em comparação com a graça<br />

de Cristo. Pois teria sido uma grande decepção esperar da lei o que é<br />

possível obter somente pela mediação de Cristo.<br />

Mas é preciso que observemos a antítese no contraste que ele<br />

traça da lei com a graça e a verdade; porquanto ele insinua que a lei<br />

carecia de ambas. 20 Pois, em meu entendimento, a palavra verdade<br />

20 “Que la Loy n’a eu ne l’un ne l’autre.” – “que a lei não possuía nem uma nem a outra.”

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