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Comentário Evangelho Segundo João - Vol. 1

Comentário de João Calvino no Evangelho Segundo João - Vol. 1.

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Capítulo 3 • 117<br />

ço que em grego o significado é ambíguo, mas estou ciente de que<br />

Cristo falou a Nicodemos em hebraico. Nesse caso, não teria havido<br />

qualquer ambiguidade a confundir Nicodemos em sua infantil hesitação<br />

sobre o segundo nascimento da carne. É por isso que ele tomou as<br />

palavras de Cristo em nenhum outro sentido senão que o homem tem<br />

de nascer segunda vez antes de ser recebido no reino de Deus.<br />

4. Como pode um homem nascer? Ainda que a forma de expressão<br />

de Cristo não ocorra expressamente na lei e nos profetas, todavia,<br />

como renovação, é por toda parte mencionada na Escritura e constitui<br />

um dos princípios primordiais da fé, e se torna óbvio quão imperfeitamente<br />

instruídos eram os escribas de então na leitura das Escrituras.<br />

Certamente, este homem não era o único negligente em desconhecer<br />

a graça da regeneração. O elemento primordial na doutrina da piedade<br />

era negligenciado em razão de quase todos eles se acharem preocupados<br />

com vãs sutilezas.<br />

O papado atual nos exibe um exemplo similar em seus teólogos,<br />

pois gastam toda sua vida em profundas especulações, contudo<br />

conhecem menos acerca de tudo o que pertence ao culto divino, à certeza<br />

de nossa salvação ou à prática da piedade, do que um sapateiro<br />

ou um agricultor conhece de astronomia. E o que é pior, deleitando-se<br />

com os mistérios exóticos, francamente desprezam o genuíno ensino<br />

da Escritura como algo indigno da categoria de mestres.<br />

Nem precisamos sentir-nos perplexos ante o fato de Nicodemos<br />

tropeçar numa palha, por assim dizer, pois é uma justa vingança divina<br />

que aqueles que pensam de si como sendo os mais excelentes e eminentes<br />

mestres, e para quem a simplicidade ordinária da doutrina é<br />

algo vil e vulgar, assustem-se diante de coisas as mais ínfimas.<br />

5. A não ser que o homem nasça da água. Esta passagem tem<br />

sido explicada de várias formas. Alguns acreditam que aqui se expressam<br />

distintamente duas partes da regeneração, e que pelo termo água<br />

subentende-se a negação do velho homem, enquanto tomam o termo<br />

Espírito como sendo a nova vida. Outros pensam que há aqui uma antítese<br />

implícita, como se Cristo estivesse contrastando água e Espírito

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