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Comentário Evangelho Segundo João - Vol. 1

Comentário de João Calvino no Evangelho Segundo João - Vol. 1.

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Capítulo 1 • 69<br />

mesma condenação; e visto que todos os homens, sem exceção, são<br />

culpados de injustiça diante de Deus, por isso necessitam de ser reconciliado<br />

com ele. <strong>João</strong>, portanto, ao falar do pecado do mundo em<br />

termos gerais, sua intenção era fazer-nos sentir nossa própria miséria<br />

e exortar-nos a buscar o antídoto. Ora, para que nos apossemos da<br />

bênção oferecida a todos, é preciso que cada um de nós determine<br />

em seu íntimo não permitir que algo o impeça de buscar em Cristo a<br />

reconciliação divina; deixando-se guiar pela fé, encontre nele um refúgio<br />

seguro.<br />

Além disso, ele proclama um único método para a remoção dos<br />

pecados. Sabemos que desde o princípio do mundo, quando suas próprias<br />

consciências os convenciam, todos os homens se esforçavam<br />

avidamente para granjear o perdão. Daí o espantoso volume de todos<br />

os tipos de oferendas expiatórias, pelas quais erroneamente criam<br />

poder aplacar a Deus. Confesso que todos os ritos propiciatórios espúrios<br />

tiveram sua origem num princípio santo, significando que Deus<br />

havia ordenado os sacrifícios que levassem os homens a Cristo. Entretanto,<br />

todos criaram seu próprio meio de aplacar a Deus. <strong>João</strong>, porém,<br />

nos atrai de volta a Cristo tão somente, e nos informa que não existe<br />

nenhum outro método pelo qual Deus se reconcilia conosco a não ser<br />

através de sua agência, já que ele é o único que remove os pecados.<br />

Ele, pois, não nos deixa outra via de escape do pecado senão a fuga<br />

para Cristo. E, assim, exclui toda e qualquer satisfação humana, toda e<br />

qualquer expiação e redenção, visto que tais artifícios nada mais são<br />

que invenções ímpias arquitetadas pela astúcia do diabo.<br />

O verbo tirar (αἴρειν) pode ser explicado de duas formas. Ou que<br />

Cristo tomou sobre si o peso sob o qual éramos esmagados, como<br />

está expresso em 1 Pedro 2.24, que “ele levou nossos pecados no<br />

madeiro”; e Isaías 53.5, que “o castigo que nos traz a paz estava sobre<br />

ele, e por suas pisaduras fomos sarados”; ou que ele apaga nossos<br />

pecados. Visto, porém, que a última depende da primeira, de bom<br />

grado aceito a ambas – que Cristo, ao carregar nossos pecados, os<br />

elimina. Portanto, embora o pecado insista em permanecer em nós,

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