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Comentário Evangelho Segundo João - Vol. 1

Comentário de João Calvino no Evangelho Segundo João - Vol. 1.

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Capítulo 7 • 309<br />

está apreensivo quanto a sua pessoa, e com razão, porque o mundo<br />

é seu inimigo mortal. Com essas palavras, ele quer dizer que estavam<br />

errados em lhe dar conselhos sobre uma questão que de forma<br />

alguma entendem.<br />

7. O mundo não pode odiar-vos. Ao dizer, o mundo não pode<br />

odiar-vos, ele os reprova por seu comportamento totalmente carnal,<br />

porque a paz com o mundo só pode ser adquirida por um perverso<br />

consentimento com os vícios e todo gênero de perversidade.<br />

Ele, porém, me odeia, porque eu testifico. Mundo aqui denota os<br />

homens que ainda não nasceram de novo, que retêm sua disposição<br />

natural, e, por conseguinte, ele declara que todos os que ainda não<br />

foram regenerados pelo Espírito são adversários de Cristo. Por quê?<br />

Porque ele condena suas obras. E se quisermos concordar com a decisão<br />

de Cristo, estamos sob a necessidade de reconhecer que toda<br />

a natureza do homem é tão pecaminosa e perversa, que nada justo,<br />

nem sincero, nem bom pode proceder dela. Esta é a única razão por<br />

que alguns de nós têm prazer em si mesmos, enquanto estiver em seu<br />

estado natural.<br />

Porque eu testifico dele, que suas obras são más. Quando Cristo<br />

afirma que o mundo o odeia por esse motivo, sua intenção é dizer<br />

que o evangelho não pode ser fielmente proclamado sem citar o mundo<br />

inteiro como culpado ante o tribunal de Deus, para que carne e<br />

sangue sejam assim esmagados e reduzidos a nada, segundo esta declaração:<br />

Quando o Espírito vier, ele convencerá o mundo do pecado<br />

[Jo 16.8]. Daqui também aprendemos que tão profunda é a soberba<br />

natural dos homens, que se lisonjeiam e se aplaudem em seus vícios,<br />

pois sua ira não se acenderia, quando são reprovados, não fosse o fato<br />

de que se acham cegos por excessivo amor por si próprios, e por isso<br />

se espojam em seus pecados. Inclusive entre os vícios dos homens,<br />

o principal e mais perigoso é a soberba e arrogância. Só o Espírito<br />

Santo pode abrandar-nos, ao ponto de suportarmos com paciência as<br />

reprovações, e assim aquiescer-nos a voluntariamente ser mortos pela<br />

espada da Igreja.

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