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Comentário Evangelho Segundo João - Vol. 1

Comentário de João Calvino no Evangelho Segundo João - Vol. 1.

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384 • <strong>Comentário</strong> do <strong>Evangelho</strong> de <strong>João</strong><br />

que a rejeita se exclui da justiça e da vida. Por isso, não há nada que<br />

devamos temer tanto do que cair sob uma sentença tão terrível.<br />

48. Não dizemos bem? Revelam-se mais e mais quão profundamente<br />

estão entorpecidos por Satanás, pois, ainda que estejam<br />

plenamente convictos, todavia se acham enraivecidos e não se envergonham<br />

de revelar que estão completamente desesperados. 38 Além<br />

disso, embora lancem uma dupla reprimenda contra Cristo, contudo<br />

nada mais querem fazer senão dizer umas poucas palavras, que ele é<br />

um homem detestável e que está agindo movido por um espírito perverso.<br />

Os judeus consideravam os samaritanos como sendo apóstatas<br />

e corruptores da lei. Portanto, sempre que desejavam estigmatizar um<br />

homem com infâmia, chamam-no samaritano. Portanto, não achando<br />

em Cristo nenhum crime mais hediondo, lançam mão ao léu e sem<br />

qualquer ponderação desse sarcasmo vulgar. Para expressá-lo em<br />

poucas palavras, notamos que o amaldiçoam afrontosamente, como<br />

os homens costumam fazer quando enfurecidos como cães raivosos<br />

não conseguem encontrar algo a dizer.<br />

49. Eu não tenho demônio. Ele ignora a primeira acusação e se<br />

exime apenas da segunda. Há alguns que pensam que ele agiu assim<br />

em virtude de haver desconsiderado o insulto dirigido a sua pessoa,<br />

e simplesmente empreendeu a defesa da doutrina. Em minha opinião,<br />

tais pessoas estão equivocadas, pois não é provável que os judeus<br />

fossem tão ingênuos em distinguir entre a vida e a doutrina do Senhor<br />

Jesus. 39 Além disso, a aversão por este nome se originou, por assim<br />

dizer, desta circunstância: os samaritanos, sendo perversos e degenerados<br />

observadores da lei, tinham se aviltado por muitas superstições<br />

e corrupções, e tinham contaminado todo o culto divino através de<br />

invenções estranhas. Agostinho inventa alegorias e diz que Cristo não<br />

recusou ser chamado samaritano por ser um genuíno guardião de seu<br />

rebanho. A intenção de Cristo, porém, parece-me ter sido diferente,<br />

pois visto que as duas censuras lançadas sobre ele tivessem o mesmo<br />

objetivo, ao refutar uma, ele refuta a outra, aliás, se a questão for<br />

38 “Neantmoins, ils sont enragez, et n’ont pointe honte de se monstrer du tout desesperez”.<br />

39 “Du Seigneur Jesus”.

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