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Comentário Evangelho Segundo João - Vol. 1

Comentário de João Calvino no Evangelho Segundo João - Vol. 1.

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20 • <strong>Comentário</strong> do <strong>Evangelho</strong> de <strong>João</strong><br />

Quem quer que tente, no mais leve grau, publicamente invadir ou<br />

secretamente tirar de vós essas duas vantagens, não só laboram em<br />

privar vossa cidade de seus magníficos ornamentos, mas miram sua<br />

existência e segurança com os olhos da inveja. Pois ainda que os ofícios<br />

da bondade que são aqui exercidos para Cristo e seus membros<br />

dispersos excitem o ladrar de homens perversos contra vós, ainda deveis<br />

mirar a vós mesmos como sobejamente compensados por esta<br />

única consideração: que os anjos vos bendizem lá do céu e os filhos<br />

de Deus vos enaltecem desde os quatro cantos do mundo; de modo<br />

que possais ousadamente desprezar as imundas calúnias dos homens<br />

que não podem ser refreados nem pelo escrúpulo da consciência nem<br />

pela vergonha de derramarem ultrajantes insultos, mais sobre Deus<br />

mesmo do que sobre vós – mais ainda: quando desejam caluniar-vos,<br />

começam por blasfemar a Deus. Ainda que nessa mesma ocasião 1 se<br />

acenda a ira de muitos contra vós, contudo não tendes razão para<br />

sentir-vos amedrontados diante de algum perigo que, porventura, provenha<br />

dele, enquanto a fúria deles for neutralizada pela proteção de<br />

sua mão, que tem prometido que será o fiel guardião daquelas cidades<br />

nas quais a doutrina de seu evangelho permanece firme, e nas quais<br />

os homens piedosos, a quem o mundo não pode suportar, devem ser<br />

permitidos habitar. É desnecessário dizer que certamente enfrentareis<br />

dificuldades na tentativa de conciliarem essa classe de inimigos; pois<br />

não há homem que vos seja hostil por amor do evangelho, que não desejaria<br />

ver-vos arruinados e oprimidos por outras razões. Admitindo,<br />

porém, que não haja outra razão pela qual sois odiados pelos inimigos<br />

gratuitos da sã doutrina, senão porque vos veem decididos a defendê-<br />

-la, não obstante, não levando em conta seus estratagemas e ameaças,<br />

deveis resolutamente defender estes dois inexpugnáveis baluartes: a<br />

pureza do culto cristão e a santa solicitude de proteger a Igreja que<br />

Cristo colocou sob a proteção de vossas asas.<br />

Assim, no que diz respeito às calúnias lançadas contra nós pelos<br />

1 (“Ascavoir que l’Evngile, et ceux qui y veulent adherer, ont yci leur retraitte”) – (“isto é,<br />

que o evangelho, e aqueles que desejam permanecer nele, tenha seu refúgio aqui”).

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