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Comentário Evangelho Segundo João - Vol. 1

Comentário de João Calvino no Evangelho Segundo João - Vol. 1.

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Análise do <strong>Evangelho</strong> de <strong>João</strong> • 27<br />

de Cristo, e que <strong>João</strong> se delonga mais amplamente na doutrina, por meio<br />

da qual se manifesta o ofício de Cristo, associado ao poder de sua morte<br />

e ressurreição. Na verdade, eles não omitem a menção de que Cristo<br />

veio para trazer salvação ao mundo, fazer expiação pelos pecados do<br />

mundo por meio do sacrifício de sua morte, e, em suma, realizar tudo<br />

aquilo que era requerido do Mediador (como <strong>João</strong> também dedica boa<br />

porção de sua obra a detalhes históricos). A doutrina, porém, que nos<br />

salienta o poder e o benefício da vinda de Cristo é muito mais nitidamente<br />

exibida por ele do que pelos outros. E como todos eles tinham o<br />

mesmo objetivo em vista, ou, seja, destacar a pessoa de Cristo, os três<br />

primeiros salientam seu corpo, se nos é permitido usar esta expressão,<br />

enquanto que <strong>João</strong> salienta sua alma. Por isso, tenho o costume de dizer<br />

que este <strong>Evangelho</strong> é uma chave que abre a porta para a compreensão<br />

dos outros, pois quem quiser entender o poder de Cristo, como aqui<br />

notavelmente retratado, prontamente desejará ler com proveito o que<br />

os outros relatam acerca do Redentor que se manifestou.<br />

Crê-se que <strong>João</strong> escreveu primordialmente com a intenção de<br />

defender a Deidade de Cristo, em oposição às ímpias blasfêmias de<br />

Ebion e Cerinto. Isso é asseverado por Jerônimo em concordância com<br />

a opinião geral dos antigos. Mas, qualquer que tenha sido seu motivo<br />

para escrever naquele tempo, não pode haver dúvida de que Deus<br />

pretendia que sua Igreja recebesse um benefício muito mais elevado.<br />

Ele, pois, prescreveu aos quatro evangelistas o que deveriam escrever,<br />

de tal modo que, embora cada um deles tivesse sua própria parte designada,<br />

o todo poderia ser coligido em um só corpo; e é nosso dever<br />

agora combinar os quatro por meio de uma relação mútua, de modo<br />

que nos permitamos ser instruídos por todos eles, como por uma só<br />

boca. Quanto ao fato de <strong>João</strong> ser o quarto na ordem, isso foi feito em<br />

decorrência do tempo em que ele escreveu. Mas, ao lê-los, uma ordem<br />

diferente deve ser mais vantajosa, a saber, que, quando quisermos ler<br />

em Mateus e nos outros que Cristo nos foi dado pelo Pai, devemos<br />

antes de tudo ler em <strong>João</strong> o propósito para o qual ele se manifestou.

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