19.04.2013 Views

A Noite Maldita - Crônicas do Fim do Mundo - Multi Download

A Noite Maldita - Crônicas do Fim do Mundo - Multi Download

A Noite Maldita - Crônicas do Fim do Mundo - Multi Download

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

— Ai, Deus! O prédio está pegan<strong>do</strong> fogo? — assustou-se a mulher.<br />

— Não, senhora. Estamos evacuan<strong>do</strong>, por precaução. Dá tempo da senhora se vestir.<br />

A mulher fechou o decote da camisola.<br />

— Tem mais alguém no apartamento, senhora?<br />

— Minha avó está <strong>do</strong>rmin<strong>do</strong>. Minha filha já desceu.<br />

— Pois bem, chame a sua avó e desça, por favor — continuou Douglas.<br />

— Estamos sem luz. O eleva<strong>do</strong>r está funcionan<strong>do</strong>?<br />

A vela tremeluziu nas mãos da mulher.<br />

— Não, senhora.<br />

— Minha avó é bem velhinha, não vai aguentar descer quinze andares. É mesmo<br />

necessário que ela desça?<br />

Boris entrou na frente de Douglas.<br />

— Podemos pedir que uma equipe da Defesa Civil venha até aqui e ajude vocês duas.<br />

Acorde a sua vovó e a deixe preparada.<br />

— Obrigada, bombeiro.<br />

— Nesses <strong>do</strong>is apartamentos, ninguém atende. Sabe se tem alguém moran<strong>do</strong> aqui?<br />

— Um está vazio. É de uma moça que está estudan<strong>do</strong> na Ucrânia neste ano. Ela é<br />

cientista, essas coisas. O outro é <strong>do</strong> seu Silvio. Só o vi hoje de manhã.<br />

Douglas e Boris trocaram um olhar enquanto Queiroz repetia a batida forte na porta.<br />

— Ele <strong>do</strong>rme tarde normalmente, é bem capaz dele já ter desci<strong>do</strong> com os outros.<br />

— Vamos verificar os apartamentos abertos e descer então, Boris. Lá embaixo a gente<br />

confere se o senhor Silvio já está com os outros mora<strong>do</strong>res — sugeriu Douglas.<br />

Queiroz entrou no segun<strong>do</strong> apartamento com a porta escancarada. Passou pela sala<br />

apontan<strong>do</strong> a lanterna para o ambiente, seus olhos acostuma<strong>do</strong>s a caçar traços de incêndio<br />

procuravam fumaça, e ele precisava lembrar que seu foco não era esse. Chamou os<br />

mora<strong>do</strong>res, avisou em voz alta que era um bombeiro, que estava entran<strong>do</strong> e que o prédio<br />

precisava ser evacua<strong>do</strong>. Nenhuma resposta, nem mesmo nenhum som. Passou por um<br />

quarto de crianças, um banheiro no corre<strong>do</strong>r, mais um quarto e ao final uma suíte. Tu<strong>do</strong><br />

vazio.<br />

— Vazio! — gritou.<br />

Voltou, fechan<strong>do</strong> as portas <strong>do</strong>s quartos, banheiro e cozinha, ação que estava em seu<br />

piloto automático de bombeiro.<br />

Refez o caminho e, ao chegar ao corre<strong>do</strong>r, encontrou o ambiente deserto, ouvin<strong>do</strong> as<br />

batidas na porta dadas pelos companheiros no andar inferior. Apontou a lanterna e<br />

voltou até a porta <strong>do</strong> último apartamento, fechan<strong>do</strong>-a. Já entrava na escadaria de<br />

incêndio quan<strong>do</strong> a linda mulher de camisola negra decotada surgiu na porta mais uma

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!