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A Noite Maldita - Crônicas do Fim do Mundo - Multi Download

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algumas semanas atrás.<br />

— É longe, né? — indagou a menina.<br />

— Pouco mais de duzentos quilômetros. Pela Castello Branco. Caso a estrada esteja<br />

livre, podemos fazer esse percurso em três horas, até menos, se não precisarmos parar.<br />

— Se eu conseguir encher o tanque da Belina <strong>do</strong> meu avô, se ele quiser, podemos ir<br />

com vocês. Nossa ideia era ir para a casa da minha tia em Boiçucanga.<br />

— Onde fica isso?<br />

— É uma praia de São Sebastião.<br />

— É uma vila, então.<br />

— É um bairro; é, pode chamar de vila.<br />

— É pequeno lá?<br />

— Sim.<br />

— Então é uma ótima ideia. Seja lá qual for sua escolha, fique longe de grandes<br />

cidades. Esses vampiros são muitos e estão em to<strong>do</strong>s os lugares.<br />

A menina sorriu.<br />

— Vampiros? Do que você está falan<strong>do</strong>?<br />

Cássio e Graziano trocaram um olhar.<br />

— Seu avô disse que uns garotos mataram dezessete pessoas no prédio de vocês, não<br />

foi?<br />

— Disse.<br />

— Escute, qual é o seu nome?<br />

— Virgínia.<br />

— Virgínia, esse garotos malucos, como o seu velho disse, não são malucos, são<br />

monstros. São vampiros.<br />

— Pare. Você tá me assustan<strong>do</strong> desse jeito. Não existem vampiros.<br />

Cássio apontou para a calçada <strong>do</strong> IML.<br />

— Suba até ali e olhe para a calçada. To<strong>do</strong>s os que você encontrar no chão eram<br />

amigos meus, solda<strong>do</strong>s, que lutaram até a morte e discordam de você.<br />

Virgínia subiu caminhan<strong>do</strong> e parou poucos metros adiante, levan<strong>do</strong> a mão à boca,<br />

horrorizada. Quan<strong>do</strong> voltou, veio agitada e abriu a porta <strong>do</strong> passageiro.<br />

— Vamos, vovô. Vamos. Se a gente encontrar gasolina, temos que sair daqui agora.<br />

O velho, mu<strong>do</strong> e trêmulo, voltou para dentro <strong>do</strong> carro.<br />

— Obriga<strong>do</strong>. — Foi tu<strong>do</strong> o que o velho disse antes de a neta partir.<br />

Cássio e Graziano ficaram olhan<strong>do</strong> até a Belina fumegante entrar na Doutor Arnal<strong>do</strong><br />

e sumir, <strong>do</strong>bran<strong>do</strong> à direita.<br />

— Tomara que eles não deem com as línguas nos dentes — reclamou Cássio. — Isso

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