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A Noite Maldita - Crônicas do Fim do Mundo - Multi Download

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O médico tinha a pele da face sulcada e as pálpebras caídas. Por certo não pregara os<br />

olhos a noite inteira.<br />

— E tem outra coisa. Eu vi tu<strong>do</strong> aquilo acontecer ontem ao anoitecer, mas preciso<br />

voltar ao nono andar <strong>do</strong> Incor. Preciso saber se sobrou alguém vivo por lá.<br />

— Mas, <strong>do</strong>utor, eles eram to<strong>do</strong>s vampiros!<br />

O médico ficou olhan<strong>do</strong> para o rosto da enfermeira por alguns segun<strong>do</strong>s antes de<br />

responder.<br />

— Eu não sei o que eles são, Mallory, mas, se alguém estiver vivo, talvez possa nos<br />

ajudar a saber o que está acontecen<strong>do</strong>.<br />

— Não sei, <strong>do</strong>utor Otávio. Vocês encheram o Incor com as pessoas agressivas. Aquele<br />

prédio deve ter vira<strong>do</strong> um ninho delas.<br />

— E o que eu devo fazer, então? Cruzar os braços e esperar eles melhorarem por<br />

milagres?<br />

Cássio não sabia como responder àquela pergunta.<br />

— Não sei, <strong>do</strong>utor. Francamente, não sei. Mas temos que pensar na sua segurança e<br />

na segurança de to<strong>do</strong>s os profissionais primeiro até entendê-los.<br />

— Vampiros... — murmurou o médico. — A Mallory chamou-os de vampiros.<br />

— E o senhor acha que eles viraram o quê? Quan<strong>do</strong> amanheceu foram to<strong>do</strong>s embora.<br />

Ontem o senhor mesmo me disse que eles ficam descontrola<strong>do</strong>s na presença da luz <strong>do</strong><br />

sol.<br />

O médico suspirou.<br />

— Isso é verdade. Pouco antes de anoitecer eu notei que o Laerte tinha uma<br />

deformação nos dentes. Estavam maiores, mais pronuncia<strong>do</strong>s. Que loucura. É difícil de<br />

acreditar numa coisa dessas.<br />

— Ao que parece eles sempre existiram no meio de nós — juntou Cássio. — Como<br />

poderiam existir tantas lendas, tantas histórias acerca desse mito se não tivesse um fun<strong>do</strong><br />

de verdade nessa coisa toda?<br />

— Ainda não consigo acreditar. Deve ter um jeito de reverter essa <strong>do</strong>ença.<br />

— Mesmo que o senhor não acredite, <strong>do</strong>utor, infelizmente esse é o nosso aqui e<br />

agora. Vamos lidar com um problema de cada vez. O senhor disse que precisamos<br />

alimentar as crianças, então vamos alimentar as crianças. Mallory, arrume <strong>do</strong>is colegas<br />

seus para providenciar a comida para os pequenos.<br />

— E você, sargento, como pretende nos ajudar? Muitos de seus companheiros estão<br />

mortos.<br />

— Talvez algum membro <strong>do</strong> destacamento tenha consegui<strong>do</strong> sobreviver. Talvez<br />

tenha se escondi<strong>do</strong> no HC. Pelo menos consegui salvar o Rossi.

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