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A Noite Maldita - Crônicas do Fim do Mundo - Multi Download

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maioria <strong>do</strong>s médicos queria fugir daqui de qualquer jeito, sem nenhum planejamento.<br />

— A coisa foi tão feia assim?<br />

— Olha para o outro la<strong>do</strong> da rua, Rossi! A unidade foi toda morta. Só sobrou eu,<br />

você e o Benício, com o braço quebra<strong>do</strong>. Você quase não se salva com aquela loucura de<br />

pular em cima de um monte daqueles bichos. Um até te mordeu no pescoço, por isso que<br />

você tá cheio de pontos aí na pele.<br />

Graziano passou a mão sobre a ferida <strong>do</strong>lorida no pescoço.<br />

— E por que ele não tomou o meu sangue?<br />

— Sei lá! Ele te largou, como se tivesse beben<strong>do</strong> veneno. Mas não é disso que eu<br />

quero falar agora. O fato é, se ontem foi ruim, essa noite vai ser muito pior. Eles sabem<br />

que estamos aqui.<br />

— Os vampiros.<br />

— Exatamente. Até os médicos concordaram em chamá-los de vampiros. Como<br />

íamos chamar esses bichos? Eles tem dentes compri<strong>do</strong>s e bebem sangue. São loucos,<br />

dementes. E vão voltar para atacar o HC. Virão em maior número e prepara<strong>do</strong>s para nos<br />

confrontar. Vão tentar entrar por onde não tentaram ontem.<br />

— Meu, você tá piradinho.<br />

— Não estou, parceiro. Escuta. Um <strong>do</strong>s médicos no auditório contou as pessoas que<br />

a<strong>do</strong>rmeceram e as pessoas que sobraram acordadas, ele contou de novo. Metade... Escuta<br />

isso, metade das pessoas que sobraram de pé começaram a passar mal e ficar agressivas.<br />

Ontem à noite todas essas pessoas agressivas se transformaram em vampiros.<br />

— Tá de sacanagem!<br />

— Não, Graziano. Fazen<strong>do</strong> as contas lá no auditório sabemos que pode ter muito<br />

mais de um milhão de vampiros soltos pela cidade. Dois milhões, talvez, ou mais!<br />

— É muita gente.<br />

— Muita gente? Pega um estádio da Portuguesa e enche de vampiros.<br />

— Nossa! O Canindé inteiro cheio de vampiros?<br />

— Isso. Já é vampiro pra caralho, não é?<br />

— Porra, um estádio inteirinho!<br />

— Agora, enche esse estádio umas cem vezes! Isso são <strong>do</strong>is milhões de vampiros.<br />

Graziano olhou para Cássio.<br />

— O que vamos fazer?<br />

— Vamos sumir daqui. Vamos deixar a cidade.<br />

— Você tá louco?<br />

— To<strong>do</strong> mun<strong>do</strong> fala isso, Rossi. Loucura é ficar aqui, nessa armadilha viva. Quan<strong>do</strong><br />

o sol cair no horizonte de novo, já era, esses vampiros vão sair para as ruas e caçar

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