19.04.2013 Views

A Noite Maldita - Crônicas do Fim do Mundo - Multi Download

A Noite Maldita - Crônicas do Fim do Mundo - Multi Download

A Noite Maldita - Crônicas do Fim do Mundo - Multi Download

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

— Eu sei fazer isso <strong>do</strong>er muito mais, seu verme.<br />

— Eu não matei seus filhos, <strong>do</strong>na.<br />

— Você está mentin<strong>do</strong>! Está mentin<strong>do</strong>! — vociferou a vampira.<br />

Adilson começou a chorar, um misto de <strong>do</strong>r e terror. Ele tinha visto os dentes<br />

daquela mulher. Não eram humanos!<br />

— Não estou mentin<strong>do</strong>, <strong>do</strong>na. Não estou mentin<strong>do</strong>. Eu mesmo deixei eles no<br />

hospital.<br />

Raquel ergueu a pistola, agora apontava para a testa <strong>do</strong> sujeito.<br />

— Qual hospital?<br />

— Me ajuda, me salva que eu falo.<br />

Raquel retirou o municia<strong>do</strong>r da pistola e jogou-o para a rua. Retirou a bala que tinha<br />

fica<strong>do</strong> no carro e a colocou na mão boa <strong>do</strong> bandi<strong>do</strong>, arremessan<strong>do</strong> a pistola no meio da<br />

garagem.<br />

— Fala! — disse entredentes.<br />

Adilson respirava com dificuldade. O corpo inteiro <strong>do</strong>ía. Respirar <strong>do</strong>ía.<br />

— Eu os levei para o Hospital das Clínicas, <strong>do</strong>na. Seus filhos estão vivos.<br />

Raquel controlou sua respiração e fechou os olhos. Vivos. Abriu novamente as<br />

pálpebras e então abriu sua boca, morden<strong>do</strong> o pescoço daquele infeliz. Sangue vivo! Era<br />

disso que precisava. O homem debateu-se sobre seus braços fortes, enquanto ela<br />

mantinha força na mordida, engolin<strong>do</strong> cada jato quente que enchia sua boca e a<br />

extasiava. Uma onda de prazer intenso percorreu seu corpo de vampira, fazen<strong>do</strong> com que<br />

seus pelos se arrepiassem. O me<strong>do</strong> da morte que aquele homem sentiu até o final de suas<br />

forças jorrou pela ferida e foi traga<strong>do</strong> por Raquel. No final ela mordeu com mais força e<br />

puxou parte da pele <strong>do</strong> bandi<strong>do</strong>. Ele não sentia mais <strong>do</strong>r. Ele não sentia mais nada. A<br />

vampira levantou-se e limpou a boca com as costas das mãos.<br />

— Te vejo no inferno, seu filho da puta.<br />

Raquel voltou para dentro <strong>do</strong> sobra<strong>do</strong> e parou na cozinha. Cabeção ainda<br />

estrebuchava com a garganta esmagada. A vampira serviu-se <strong>do</strong> sangue <strong>do</strong> segun<strong>do</strong><br />

homem. Subiu para o segun<strong>do</strong> andar <strong>do</strong> sobra<strong>do</strong>, verifican<strong>do</strong> cada cômo<strong>do</strong>. Era uma casa<br />

confortável, montada com móveis caros, cinco suítes, closets, tu<strong>do</strong> <strong>do</strong> melhor que o<br />

dinheiro <strong>do</strong> tráfico podia comprar. Num <strong>do</strong>s quartos encontrou um guarda-roupa com<br />

peças femininas, e na primeira gaveta que abriu, a chave de um carro. Perdeu alguns<br />

minutos ali, escolhen<strong>do</strong> roupas limpas. Entrou num <strong>do</strong>s banheiros e ligou o chuveiro,<br />

deixan<strong>do</strong> a água gelada tirar de seu corpo a lama e o sangue que ainda cobriam seus<br />

cabelos e sua pele. Vivos. Agora tinha um novo propósito. Raquel iria atrás de seus<br />

filhos.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!