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A Noite Maldita - Crônicas do Fim do Mundo - Multi Download

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— Não pode levá-los.<br />

Raquel levantou-se e segurou Breno pela mão. Manteve um olhar duro sobre a<br />

garota.<br />

— São meus filhos. Essa decisão não cabe a você — rugiu, raivosa, fazen<strong>do</strong> seus olhos<br />

acenderem e lançarem um espectro vermelho sobre o ambiente escuro.<br />

— Você agora não é mais mãe deles, <strong>do</strong>na Raquel! Não os leve, por favor.<br />

Chiara olhou para os la<strong>do</strong>s, buscan<strong>do</strong> nos adultos algum apoio, mas to<strong>do</strong>s pareciam<br />

petrifica<strong>do</strong>s, amedronta<strong>do</strong>s demais para mover uma palha contra a vampira.<br />

— Eu matei to<strong>do</strong>s aqueles desgraça<strong>do</strong>s que acabaram com a vida <strong>do</strong> meu mari<strong>do</strong>,<br />

Chiara. Eu tomei o sangue <strong>do</strong>s malditos que fizeram isso com o Pedro, menina. Eu<br />

trouxe um ban<strong>do</strong> de vampiros por mais de duzentos quilômetros só para reaver meus<br />

filhos. O que você sabe sobre ser mãe?<br />

— Não os leve, por favor — implorou a menina, tremen<strong>do</strong>, andan<strong>do</strong> para a frente,<br />

chegan<strong>do</strong> cada vez mais perto da vampira e ajoelhan<strong>do</strong>-se diante dela. — Eu lhe rogo,<br />

tia. O Pedro precisa ficar nesse hospital. O coração dele parou oito vezes. O cérebro dele<br />

inchou e ficou <strong>do</strong> tamanho de uma melancia, tia. Você... você é uma vampira, tia. Não<br />

os leve.<br />

— São meus filhos! — vociferou a vampira.<br />

— Você vai matá-los, você vai tomar o sangue deles ce<strong>do</strong> ou tarde — argumentou a<br />

menina. — Você é uma fera igual às outras feras.<br />

— São meus filhos! — repetiu o grito a vampira, como um rugi<strong>do</strong> de uma leoa,<br />

dan<strong>do</strong> passos para trás.<br />

Breno, assusta<strong>do</strong>, tremeu de novo e começou a chorar, estenden<strong>do</strong> a mão na direção<br />

de Chiara, que, caída de joelhos, também estendeu a mão para o garoto, tentan<strong>do</strong><br />

alcançá-lo.<br />

Raquel, estupefata com a reação <strong>do</strong> filho, puxou-o para perto de si, dan<strong>do</strong> um tranco<br />

no braço <strong>do</strong> menino, que chorou mais.<br />

— Eu, eu prometo cuidar deles, <strong>do</strong>na Raquel. Eu prometo. Tem uma porção de<br />

gente para ajudar. Talvez possam até curar a senhora aqui. Tem um lugar aqui que os<br />

solda<strong>do</strong>s prepararam para gente igual a senhora ficar.<br />

— Quer me ver numa prisão? Eu que sempre lutei para trancar os bandi<strong>do</strong>s atrás das<br />

grades?<br />

— Não é uma prisão. É um lugar para ficar enquanto eles procuram a cura.<br />

Raquel grunhiu irritada e deu mais passos para trás, até sair pela porta às suas costas,<br />

puxan<strong>do</strong> consigo o pequeno Breno e chegan<strong>do</strong> ao corre<strong>do</strong>r.<br />

Chiara levantou-se e foi amparada por uma senhora morena que estava colada à

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